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Europa

Índia: explosão bordo de submarino pode ter deixado 18 mortes

14 ago 2013 - 08h04
(atualizado às 12h19)
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O submarino INS Sindhurakshak pega fogo com 18 pessoas a bordo
O submarino INS Sindhurakshak pega fogo com 18 pessoas a bordo
Foto: Reuters

Uma explosão na madrugada desta quarta-feira a bordo de um submarino militar indiano de propulsão a diesel e elétrica pode ter provocado a morte dos 18 marinheiros a bordo, em um grave revés para a Marinha do país, que moderniza seu equipamento obsoleto. A explosão aconteceu depois da meia-noite em um estaleiro de Mumbai, costa oeste do país, onde o navio estava atracado. O INS Sindhurakshak afundou quase totalmente, segundo a Marinha.

Mergulhadores que entraram no submarino não detectaram nenhum sinal de vida, anunciou o comandante do Estado-Maior da Marinha, D. K. Joshi. Mas ele não descartou a possibilidade de um bolsão de ar, onde a tripulação poderia estar refugiado. "Os sinais são negativos, mas não podemos renunciar à esperança", disse.

O ministro indiano da Defesa, A.K Antony, chamou o acidente de "maior tragédia dos últimos anos".

Homem observa a embarcação em chamas, em Mumbai
Homem observa a embarcação em chamas, em Mumbai
Foto: Reuters
A emissora NDTV exibiu imagens da explosão, que iluminou o céu no estaleiro. "A causa é desconhecida", declarou Narendra Kumar Vispute, porta-voz do Exército.

O acidente aconteceu poucos dias depois da apresentação pelas autoridades indianas, com muita festa, do primeiro porta-aviões fabricado no país, assim como de uma série de testes com o primeiro submarino nuclear fabricado na Índia.

O país investe bilhões de dólares para modernizar seu antigo equipamento militar, que data da época da extinta União Soviética. Segundo outro porta-voz militar, PVS Satish, o submarino era operacional e transportava torpedos e mísseis.

O submarino foi comprado da Rússia em 1997 e era desatualizado, afirmou à AFP Rahul Bedi, analista de defesa que trabalha para a revista especializada Jane's. "Este tipo de nave não tem saída de emergência em caso de acidente, ao contrário dos submarinos mais modernos" explicou.

Um porta-voz da empresa russa Zviezdochka, responsável pela reforma do submarino, disse que ele era operacional e que os engenheiros haviam resolvido todos os problemas.

Para C. Uday Bhaskar, ex-oficial da Marinha indiana e ex-diretor da Fundação Marítima Nacional, o acidente representa um "sério revés", o pior que poderia acontecer aos submarinos.

Em fevereiro de 2010, um incêndio foi declarado a bordo do mesmo submarino, quando estava atracado em Visakhapatnam (estado de Andhra Pradesh, sul), acidente que deixou um morto.

O Exército abriu uma investigação. Uma fonte da Marinha, que pediu anonimato, citou o sistema de propulsão da nave como uma das causas possíveis. Mas uma fonte militar e diplomática russa, citada pela agência Interfax, disse que não é possível descartar um ato terrorista por ocasião da festa nacional indiana, em 15 de agosto.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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