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Europa

Manual sobre sexo para imigrantes gera polêmica na Alemanha

Site foi lançado pelo governo alemão no início deste ano e levantou um debate sobre o discurso de ódio contra os imigrantes

16 mai 2016 - 18h26
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Um site lançado pelo governo alemão contendo um manual com “conselhos sobre sexo e sexualidade para imigrantes que não vivem há muito tempo na Alemanha” está causando polêmica no país. As informações do jornal The Telegraph.

Com o nome de Zanzu: meu corpo em imagens e palavras”, o portal, que entrou no ar no início deste ano, tem 12 opções de idiomas, incluindo o árabe, turco, albanês, espanhol e inglês, além de apresentar seções sobre saúde sexual, relacionamentos e emoções, planejamento familiar, questões legais, gráficos, imagens e descrições sobre todos os tipos de atos sexuais.

Portal tem 12 opções de idiomas e apresenta seções sobre saúde sexual, planejamento familiar e relacionamentos e emoções
Portal tem 12 opções de idiomas e apresenta seções sobre saúde sexual, planejamento familiar e relacionamentos e emoções
Foto: Zanzu/Reprodução

O site foi lançado pouco após os ataques sexuais na véspera do Ano Novo, em que muitas mulheres foram agredidas por possíveis imigrantes. Muitos acreditam que a ação pode disseminar um discurso de ódio contra esses povos.

Para Heinz-Jürgen Voss, professor da Universidade de Merseburg, a medida é “racista”, pois assume que sírios e iraquianos, por exemplo, são menos educados sexualmente do que os alemães. “É importante promover esse tipo de debate, mas não é algo que o estado pode fazer a força. Precisa ser negociado”, disse.

Por outro lado, existe quem defenda a medida por acreditar que é necessário “ajudar” os refugiados de culturas religiosas conservadoras e, assim, os integrar na sociedade liberal da Alemanha.

A blogueira Anabel Shunke acredita que o portal resolve muito pouco as atitudes problemáticas em relação às agressões sexuais sofridas pelas mulheres oriundas de países onde não existem leis que coíbam a prática. “Estes homens sabem exatamente o que é permitido e o que não é. Eles simplesmente não se importam, porque vão obter o que querem de qualquer maneira. Também é terrivelmente ingênuo pensar que se poder varrer a socialização e o condicionamento cultural experimentado por eles desde a infância”, escreveu.

Há ainda temores de que o material possa “demonizar” as culturas dos imigrantes e refugiados que vivem na Alemanha. Um comentarista local afirmou que “espera um enorme surto de estupro e agressão sexual, assim que os imigrantes verem as ilustrações”. 

Fonte: Terra
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