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Europa

Mali: avanço rebelde é detido e França ataca bases terroristas

13 jan 2013 - 19h46
(atualizado às 19h59)
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A ofensiva dos grupos islâmicos contra o sul do Mali foi detida e a aviação francesa começou a bombardear neste domingo as "bases de apoio" aos rebeldes no norte do país, revelou o chanceler francês, Laurent Fabius.

"Já conseguimos parar os terroristas e hoje nos concentramos em suas bases de apoio" no norte do Mali, disse Fabius em entrevista à imprensa francesa após incursões aéreas contra o região de Gao.

Fabius destacou ainda que a Argélia autorizou a passagem por seu espaço aéreo para facilitar as operações.

"A Argélia autorizou, sem restrições, os voos militares sobre seu território" de aparelhos franceses.

Pouco antes, o ministério da Defesa confirmou que quatro aviões Rafale destruíram campos de treinamento e depósitos dos 'terroristas' na região de Gao, 1.200 km de Bamako.

Os aviões franceses também bombardearam Aghabo, a 50 km de Kidal, no extremo nordeste do Mali, onde há uma importante base do grupo islâmico Ansar Dine (Defensores do Islã).

Um campo de treinamento de combatentes 'jihadistas' foi destruído em Léré, próximo à Mauritânia, assim como objetivos em Douentza, 800 km ao norte de Bamako.

Além de visar as "bases de apoio", a França mantém, pelo terceiro dia consecutivo, os bombardeios contra comboios de picapes dos grupos islâmicos, segundo o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. "Efetuamos ataques aéreos permanentemente".

"Estamos trabalhando com os argelinos e continuaremos conversando para decidir se as tropas africanas devem avançar para o norte (do Mali) e se a Argélia fechará suas fronteiras", destacou Fabius.

De acordo com o chanceler, a operação francesa tem três objetivos: "bloquear o avanço terrorista" para o sul, "permitir recuperar a integridade do Mali, algo que exigirá tempo, e aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU" que prevê um diálogo político no país.

Fabius revelou ter conversado neste domingo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que felicitou o governo francês por seu compromisso no Mali.

"Se a França não tivesse agido, os grupos islâmicos poderiam ter chegado a Bamako (capital), com consequências imprevisíveis".

Um funcionário da ONU informou neste domingo que "o Conselho de Segurança se reunirá ao meio-dia (local) desta segunda-feira, a pedido da França, para discutir a situação no Mali".

Consultado sobre a duração da intervenção francesa no Mali, Fabius estimou que é "uma questão de semanas".

Uma fonte ligada ao presidente francês, François Hollande, considerou que as forças militares francesas foram surpreendidas por grupos islâmicos "bem equipados, bem armados e bem treinados", dotados "de um material moderno e sofisticado".

A fonte revelou que boa parte destes armamentos modernos foi obtida na Líbia.

A frente rebelde reúne os grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao), que controlam o norte do Mali.

Na quinta-feira, os grupos islâmicos tomaram Konna, no centro do país, mas o Exército do Mali, apoiado por tropas nigerianas e pela aviação francesa, retomou a cidade na sexta-feira, impondo dezenas de baixas ao inimigo e detendo o avanço rebelde em direção ao sul e a Bamako.

Após deter a ofensiva, o governo do Mali aguarda a chegada de uma força formada por países do oeste africano, que terá a missão, com o aval da ONU, de expulsar os grupos 'terroristas' do norte do território malinense.

Níger, Burkina Faso, Togo e Senegal já anunciaram o envio de 500 homens cada, totalizando 2 mil soldados, e Benín mandará 300 militares.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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