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Europa

Maior infanticídio da história deixa franceses consternados

29 jul 2010 - 15h33
(atualizado às 16h05)
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Os moradores de Villers-au-Tertre, ao norte da França, nunca suspeitaram que uma discreta mãe de família de 45 anos pudesse ser responsável pela morte por asfixia de seus oito filhos recém-nascidos.

Imagem de arquivo exibe Dominique Cottrez, a mulher suspeita de enterrar os corpos de oito bebês em Villers-au-Tertre
Imagem de arquivo exibe Dominique Cottrez, a mulher suspeita de enterrar os corpos de oito bebês em Villers-au-Tertre
Foto: AFP

Supostamente ela assassinou e escondeu as crianças ao longo de mais de uma década. Se os fatos forem comprovados, será o maior infanticídio da história da França.

Dominique Cottrez foi acusada hoje pela Promotoria de Douai e pode ser condenada a prisão perpétua se as análises médicas e psiquiátricas confirmarem que ela estava consciente e era responsável por seus atos.

Seu marido, Pierre-Marie Cottrez, sobre o qual recaíram as suspeitas inicialmente, foi colocado em liberdade sem acusações, na qualidade de testemunha assistida, uma figura jurídica entre a simples testemunha e o acusado.

Os investigadores consideram que ele não se deu conta que entre 1989 e 2006 sua mulher - que descreve como alguém de "forte corpulência" - ficou grávida oito vezes, assassinou os bebês recém-nascidos e enterrou e escondeu os cadáveres em sacos plásticos.

Ao menos esse é o testemunho que a acusada prestou aos investigadores, explicou o promotor do caso, Eric Vaillant. Ele precisou que o marido não foi acusado, contrariando as primeiras informações da promotoria.

"Ficam muitas investigações para fazer" para determinar qual foi o motivo dos assassinatos, advertiu o representante do Ministério à imprensa.

Vaillant acrescentou que a acusada, mãe de duas filhas que nasceram antes dos supostos infanticídios, declarou que sabia "perfeitamente quando estava grávida".

"Ela explica que não queria mais filhos e que não queria ver um médico" para que lhe receitasse um método anticoncepcional, disse o promotor, que acrescentou que a suposta assassina teve problemas em seu primeiro parto devido a sua "forte corpulência", por isso que evitava buscar ajuda médica para evitar ficar grávida.

O achado tenebroso que perturbou todo o país aconteceu no sábado, quando a promotoria recebeu uma ligação de alguns vizinhos dessa pequena localidade de perto de 600 habitantes localizada entre Paris e Lille.

Enquanto trabalhavam em seu jardim, os proprietários encontraram uma sacola de plástico com o que pareciam restos humanos.

Acompanhados pelo promotor de Douai e ajudados por cães farejadores, os agentes constataram que o que havia na sacola eram os restos mortais de dois recém-nascidos e iniciaram uma investigação para esclarecer os fatos.

As investigações se dirigiram imediatamente para os antigos proprietários da casa, e a polícia não demorou a chegar a Dominique Cottrez.

Ela confessou os crimes e revelou a polícia que esses não eram os únicos corpos. Na garagem de seu domicílio, em outras quatro sacolas de plástico, os agentes encontraram os corpos de outros seis bebês assassinados.

A mulher e seu marido foram presos e interrogados, o que permitiu estabelecer que existiam provas suficientes para acusá-la por "homicídio voluntário de menores de 15 anos".

Villers-au-Tertre dificilmente conseguirá esquecer o fato, que fez com aparecessem velas em memória das crianças pelas ruas do bairro.

EFE   
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