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Europa

Lugar da Catalunha na Espanha: um desafio para o próximo governo

17 dez 2015 - 14h11
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A aspiração dos nacionalistas catalães de avançar rumo à independência protagonizou a política espanhola no último ano e será um dos desafios que deverá ser enfrentado pelo governo que sair das urnas no próximo dia 20.

A Espanha se configura como um Estado descentralizado com 17 regiões ou comunidades autônomas, algumas das quais - Catalunha, País Basco, Andaluzia e Galícia - têm um nível superior de competências.

Apesar disso, as tensões territoriais e os pedidos de mais autogoverno são constantes há anos, especialmente naquelas regiões onde é forte a presença do nacionalismo.

No caso da Catalunha, os nacionalistas se queixam da falta de diálogo com o governo central (do PP) e da escassez de investimentos, enquanto o Executivo de Madri invoca a necessária solidariedade entre regiões na hora de justificar a distribuição de recursos.

No último ano o foco esteve na Catalunha, onde dois partidos - Junts pel Si e CUP - aprovaram no último dia 9 de novembro na recém eleita câmara regional uma proposta para iniciar um processo de secessão que foi declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional.

A falta de acordo por enquanto entre essas duas forças para escolher um presidente regional na Catalunha também representa um empecilho para um processo que, no entanto, segue estando presente, encorajado pelos quase dois milhões de votos (pouco menos de 48%) que alcançaram nos pleitos autônomos do último dia 27 de setembro.

Se não houver acordo para escolher um novo presidente antes de 9 de janeiro, a Catalunha realizará novas eleições em março, mas os partidos da região voltam os olhos agora à política espanhola e, concretamente , aos resultados da eleição de 20 de dezembro.

O governo que sair dessas eleições terá que tramitar o litígio catalão, e já sabido que os três principais partidos espanhóis - o governante PP (centro-direita), o PSOE (socialista) e o Ciudadanos (centristas liberais) - concordam em rejeitar a aspiração independentista e a hipótese de um referendo de autodeterminação.

Nesta controvérsia há vozes que reivindicam diálogo no dia seguinte das eleições, dado que, apesar de os independentistas não serem majoritários, pelo menos têm cerca de dois milhões de votos em uma região que conta com 7,5 milhões de habitantes e é responsável por cerca de 20% do PIB espanhol.

Entre eles estão os políticos mais moderados, mas também os empresários, temerosos que a instabilidade política gere também problemas econômicos.

De fato, alguns empresários já transferiram suas sedes sociais para fora da Catalunha e outros advertem que fariam o mesmo caso se transformasse em um país independente, uma vez que teriam mais dificuldades para financiar sua elevada dívida.

Encontrar o lugar da Catalunha na Espanha parece difícil, uma vez que as posturas se polarizaram muito e o caso já chegou aos tribunais, à espera que as próximas eleições possam facilitar um novo clima de entendimento.

EFE   
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