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Europa

G8 concorda em acabar com pagamento de resgates em sequestros

Nenhum membro do grupo admite pagar resgates publicamente, mas alguns, como a Itália, são menos intransigentes com a regra

18 jun 2013 - 07h31
(atualizado às 08h00)
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Os líderes dos oito países mais industrializadas do mundo, o G8, concordaram em acabar com o pagamento de resgates por reféns sequestrados por "terroristas" e recomendaram que as empresas envolvidas em sequestros façam o mesmo. 

Abe, Merkel, Putin, Cameron, Obama e Hollande participam de reunião em Lough Erne
Abe, Merkel, Putin, Cameron, Obama e Hollande participam de reunião em Lough Erne
Foto: AP

O anúncio foi feito pelo gabinete do primeiro-ministro britânico David Cameron nesta terça-feira durante uma reunião no luxuoso complexo de Lough Erne, na Irlanda do Norte.

A Grã-Bretanha considera ilegal pagar resgates. Cameron estimulou o acordo por considerar que os recursos arrecadados são a principal fonte de financiamento dos grupos terroristas. Nenhum país membro do G8 admite publicamente pagar resgates, mas alguns, como a Itália, são considerados menos intransigentes com a regra. 

Os sequestros renderam 70 milhões de dólares a grupos vinculados à Al-Qaeda no mundo nos últimos dois anos, segundo fontes britânicas. Só a Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), braço norte-africano do grupo extremista, arrecadou 44 milhões de dólares nos últimos três anos, segundo as mesmas fontes.

Economia na pauta

Além disso de questões ligadas ao terrorismo, os líderes falariam de transparência, comércio e impostos durante o almoço, que teria o presidente do México, Enrique Peña Nieto, como convidado especial.

Nesta cúpula, o anfitrião - o primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron - quer antecipar compromissos contra a fraude e a evasão fiscal, diante do crescente escândalo em relação com as estratégias utilizadas pelas multinacionais para evitar o pagamento de impostos no país em que operam através dos paraísos fiscais.

Neste sentido, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, ressaltou a necessidade de "melhorar a governança fiscal em todos os âmbitos" e disse que esta cúpula "deve estabelecer uma unidade de objetivos no nível global". 

Em hotel de luxo, líderes do G8 devem debater Síria:
Vestidos de 'chefs' e prisioneiros, grupos protestam antes do G8:
Síria

Espera-se para hoje algum comunicado sobre a situação na Síria. Os chefes de Estado e governo do G8 tentam fazer esforços para acabar com a violência no país, apesar das diferenças entre a Rússia - que apoia o regime sírio - e os Estados Unidos, a favor do envio de armas para os rebeldes.

Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, realizaram ontem uma reunião bilateral para encontrar uma saída para a crise, mas se mantiveram firmes em suas posições.

No entanto, os dois líderes reconheceram a necessidade de "encontrar pontos em comum" para acabar com a violência no país árabe, que em dois anos causou a morte de 93 mil pessoas, assim como vários milhões de refugiados.

No dia de hoje, o segundo e último da cúpula, além do presidente do México, estão convidados os primeiros-ministros irlandês e líbio, Enda Kerry e Ali Zeidan, respectivamente.

A cúpula terminará com uma entrevista coletiva do presidente rotativo do G8, Cameron, prevista para as 11h30 (de Brasília), seguida pelo comparecimento do restante dos líderes e suas delegações.

O palco da reunião é no luxuoso e isolado hotel de Lough Erne, onde foram mobilizados mais de oito mil policiais para não deixar que alguém se aproxime do complexo, protegido por uma cerca de sete quilômetros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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