Líbia: UE chega a acordo para congelar bens e embargar armas
25 fev2011 - 12h50
(atualizado às 13h52)
Compartilhar
A União Europeia chegou nesta sexta-feira a um acordo para impor um embargo de armas contra a Líbia e congelar os bens e proibir os vistos para o líder líbio Muammar Kadafi e seus familiares, informou um diplomático europeu.
A União Europeia chegou nesta sexta-feira a um acordo para impor um embargo de armas contra a Líbia e congelar os bens e proibir os vistos para o líder líbio Muammar Kadafi e seus familiares, informou um diplomático europeu.
As sanções contra o regime de Kadafi, que incluem também a proibição de enviar à Líbia material de repressão, não entrará em vigor até o início da próxima semana. O acordo dos 27 membros europeus ainda deve ser aprovado legalmente, segundo a fonte.
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, exigiu sanções contra o regime Kadhafi pelo o banho de sangue contra os manifestantes que exigem a queda do regime chegue ao fim.
"É hora de considerar o que chamamos de medidas restritivas, o que podemos fazer para garantir que estamos pressionando tanto quanto é possível para tentar interromper a violência na Líbia e ver o país seguir adiante", disse Ashton.
Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.
Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.
Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.
Polícia egípcia usa gás lacrimogêneo para dispersar protesto no Cairo, no primeiro dia de tumultos contra o presidente Hosni Mubarak; era o "Dia da Ira", em 25 de janeiro
Foto: AFP
Egípcios entram em confronto com a polícia no segundo dia de manifestações no Cairo. O Movimento 6 de Abril convocou pela internet a participação popular nos protestos
Foto: AFP
No terceiro dia, a revolta da capital egípcia já irradiava para outros pontos do país - como na foto, em Suez. O dia 27 de janeiro foi um pouco mais tranquilo do que os dois anteriores
Foto: AFP
Policial atira cápsula de gás lacrimogêneo no quarto dia de protestos. Na chamada "Sexta-feira da Ira", manifestantes incendiaram a sede do Partido Nacional Democrático, e Mubarak anunciou que em breve convocaria um novo governo
Foto: AFP
Manifestantes cercam tanques no quinto dia de manifestações, quando a população ignorou toques de recolher e permaneceu na praça Tahrir. Protestos ameaçaram o Museu Nacional, que foi protegido por uma corrente humana
Foto: AFP
Egípcios tomam a praça Tahrir no sexto dia de protestos contra o governo de Hosni Mubarak. O local começava a ganhar protagonismo no movimento, já que muitos manifestantes estavam acampados no local
Foto: AFP
Na segunda-feira, 31 de janeiro, egípcios comemoravam uma semana de protestos. Os confrontos ficavam gradualmente menos violentos, mas o número de pessoas presentes na Praça Tahrir aumentava
Foto: AFP
No oitavo dia de protestos, homem e mulher pedem a saída de Mubarak. À noite, Mubarak fez um pronunciamento anunciando que permaneceria até o final do mandato, mas que não tentaria a reeleição
Foto: AFP
No nono dia, manifestantes pró-Mubarak entraram em confronto com os críticos do governo, o que resultou em prisões. Enquanto isso, o Parlamento egípcio anunciava que suspendia as atividades
Foto: AFP
No 10º dia de protestos, o exército precisou reprimir a violência dos manifestantes pró-Mubarak, que passaram a atacar jornalistas que cobriam a revolta antigoverno para o mundo. O premiê egípcio repreendeu as manifestações
Foto: AFP
O 11º dia foi denominado "Dia da Saída", em que manifestantes se concentraram na Praça Tahrir, oraram e pediram a saída imediata de Mubarak. A violência contra a imprensa continuou, e muitos jornalistas deixaram o país
Foto: AFP
No 12º dia, uma das tantas uniões propiciadas pela revolução no Cairo: mulheres cristã e muçulmana, lado a lado, defendendo uma causa comum. As forças de situação e oposição davam sinais de que começaram a dialogar
Foto: AFP
À medida que os protestos não arrefeciam, a parte central do Cairo se tornou lar improvisado de manifestantes. Nesta foto, do 13º dia de protestos, egípcio descansa enrolado em cobertor sobre um pneu
Foto: AFP
Quando se completavam duas semanas do levante, a Praça Tahrir já havia se transformado em um acampamento de insatisfeitos com os quase 30 anos do governo Mubarak. No 14º dia de protestos, seguia o diálogo entre governo e oposição
Foto: AFP
Multidão se aglomera para mais uma jornada de protestos contra Mubarak. No 15º dia de protestos, o Egito viveu o momento de maior mobilização popular
Foto: AFP
No 16º dia dos protestos, médicos egípcos críticos do governo leem jornais em clínica improvisada na Praça Tahrir. em 9 de fevereiro, centenas tentaram bloquear o Parlamento pedindo a renúncia dos governantes
Foto: AFP
Multidão toma a praça Tahrir para, no 17º dia de protestos, pasma com a notícia de que Mubarak, apesar da pressão, pretendia permanecer na presidência. O presidente anunciou a transferência de poderes para o vice, Omar Suleiman
Foto: AFP
No dia 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos, egípcios comemoraram o fim do governo Mubarak em Tahrir e em todo o país