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Europa

Letta tenta formar governo para encerrar impasse político na Itália

25 abr 2013 - 09h04
(atualizado às 09h25)
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O primeiro-ministro designado da Itália, Enrico Letta, iniciou nesta quinta-feira as complicadas negociações para tentar formar um novo governo e encerrar dois meses de impasse na terceira maior economia da zona do euro.

Letta, vice-líder do dividido Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, foi a surpreendente escolha do presidente Giorgio Napolitano para comandar uma coalizão ampla.

Os mercados reagiram favoravelmente à perspectiva de fim do impasse, e houve queda nos juros da dívida pública.

"O mercado está em geral positivo, há um grau de serenidade. Letta é um nome novo, e um bom ‘homem de consenso', ao contrário de (Giuliano) Amato, que exala a velha ordem e poderia ter causado algumas caretas", disse um operador do mercado financeiro em Milão.

O ex-premiê Amato, de 75 anos, era cotado como a primeira opção de Napolitano.

O governo incluirá o mais tradicional rival do PD, o Partido Povo da Liberdade (PDL), de centro-direita, do ex-premiê Silvio Berlusconi. O bloco centrista do premiê interino Mario Monti também já anunciou apoio ao novo governo.

Aos 46 anos, Letta, um político cortês e moderado, fluente em inglês, será um dos mais jovens primeiros-ministros da história italiana, e representa uma mudança de gerações em relação à era de Amato, Berlusconi e Monti.

Berlusconi disse a uma TV italiana que não importa quem irá comandar o governo, desde que ele promova reformas.

"O importante é que haja um governo e que haja um Parlamento que possa aprovar medidas das quais absolutamente precisamos para emergir da crise da recessão e voltar ao caminho do crescimento", afirmou.

Letta iniciou na manhã de quinta-feira as consultas com partidos menores, incluindo o Esquerda Ecologia Liberdade e o Partido da Liberdade, que reiteraram sua permanência na oposição.

O partido alternativo Movimento 5 Estrelas, terceiro maior bloco parlamentar, também disse que ficará na oposição, mas que apoiará reformas específicas.

A quinta-feira deve ser dedicada às barganhas em torno dos 18 cargos ministeriais, a serem provavelmente ocupados por uma mistura de políticos e tecnocratas.

Letta espera formar o governo antes da abertura dos mercados na segunda-feira, e buscará votos de confiança da Câmara e do Senado no começo da próxima semana.

(Reportagem adicional de Stephen Jewkes e Stefano Bernabei)

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