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Europa

Legisladores russos apoiam proibição à adoção por americanos

21 dez 2012 - 14h52
(atualizado às 14h54)
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A Câmara Baixa do Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira uma lei que proíbe os norte-americanos de adotar crianças russas, em retaliação à legislação de direitos humanos dos EUA que o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou estar envenenando as relações.

A Duma apoiou com maioria esmagadora um projeto de lei que também proíbe "organizações sem fins lucrativos que se dedicam à atividade política" financiada pelos EUA, estendendo o que os críticos dizem ser uma repressão aos opositores de Putin desde que ele voltou à presidência em maio.

A lei responde à legislação dos EUA conhecida como Lei Magnitsky, aprovada pelo Congresso dos EUA, para impor proibições de vistos e congelamento de bens aos funcionários russos acusados de envolvimento na morte do advogado anticorrupção Sergei Magnitsky em 2009.

O embaixador de Washington para Moscou, Michael McFaul, disse que a lei russa injustamente "liga o destino de crianças órfãs a questões políticas não relacionadas".

Putin indicou em uma entrevista coletiva na quinta-feira que ele iria assinar a lei assim que o Senado a votasse na próxima semana, descrevendo-a como uma resposta emocional, mas adequada a um movimento hostil pelos Estados Unidos.

"É um mito que todas as crianças que vão para famílias norte-americanas estão felizes e cercadas de amor", disse Olga Batalina, deputada do partido Rússia Unida, de Putin, defendendo as novas medidas.

A legislação russa ficou conhecida como Lei Dima Yakovlev, em homenagem à criança nascida na Rússia que morreu depois que seu pai adotivo norte-americano a deixou trancada em um carro.

A lei tem indignado os liberais russos, que dizem que as crianças estão sendo vítimas da política. Alguns funcionários do governo, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, expressaram reservas sobre a legislação.

"As crianças não devem ser moeda de troca nas relações internacionais", afirmou Mikhail Fedotov, chefe do conselho de direitos humanos do Kremlin.

No ano passado, 962 crianças russas de orfanatos foram adotadas por norte-americanos, enquanto mais de 45.000 encontraram um lar nos Estados Unidos desde o colapso soviético em 1991. Seus pais estão mortos ou são incapazes de cuidar deles e alguns têm necessidades médicas complexas.

A disputa está ofuscando os esforços para melhorar as relações com o governo do presidente dos EUA, Barack Obama.

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