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Europa

Kosovo diz que independência é processo irreversível

1 dez 2009 - 15h15
(atualizado às 15h36)
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O Kosovo sustentou nesta terça-feira na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que sua declaração de independência é "irreversível" e que uma revisão representa uma ameaça para a estabilidade e a segurança dos Bálcãs.

O chefe da delegação kosovar e responsável de Exteriores em Pristina, Skender Hyseni, disse aos juízes da CIJ que qualquer tentativa de revisar a atual situação do Kosovo "desestabilizará gravemente e colocará em perigo a paz e a segurança na região".

A CIJ iniciou hoje as audiências, dentro da solicitação de Belgrado à Assembleia Geral da ONU para que a Corte emita uma "opinião consultiva" sobre a declaração de independência do Kosovo, que foi reconhecida por 62 países.

"Aqueles que pedem hoje retomar uma negociação ou não estão conscientes da situação e dos grandes esforços feitos para alcançar um consenso, ou, no pior dos casos, buscam criar desordem na região", afirmou Hyseni.

Acrescentou que "a independência do Kosovo é irreversível e continuará assim, no interesse do Kosovo e no do desenvolvimento da paz e da segurança na região, aos quais a independência do Kosovo tanto contribuiu".

Ao contrário do estabelecido por Belgrado esta manhã, Pristina afirmou hoje que sua declaração de independência foi proclamada por "líderes escolhidos democraticamente" e "não foi um ato das instituições provisórias de autogoverno no Kosovo".

O chefe da delegação kosovar lembrou que, se antes da declaração de independência, proclamada em fevereiro de 2008, não se chegou a um acordo com a Sérvia, foi pela "intransigência" de Belgrado em ver o Kosovo "como uma simples peça de seu território, sem levar em conta as esperanças, as aspirações ou os medos" da população.

Segundo Pristina, a declaração de independência era a "única solução" para o problema do Kosovo e as diferenças que mantinha com Belgrado, postura que, na sua opinião, foi apoiada por muitos membros da comunidade internacional.

A CIJ abriu hoje as audiências orais nas quais mais de 30 países exporão seus argumentos legais a favor e contra a declaração unilateral de independência do Kosovo, que será analisada sob o prisma do direito internacional.

EFE   
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