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Mundo

Kadafi é um "cadáver político", afirma fonte do Kremlin

1 mar 2011 - 10h11
(atualizado às 11h39)
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O ditador líbio Muammar Kadafi é um "cadáver político" que, embora agora consiga se agarrar ao poder, "não tem lugar no mundo civilizado moderno", afirmou nesta terça-feira uma fonte do Kremlin às agências russas.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

"O uso da força militar contra o povo é inadmissível", assinalou o alto cargo do governo russo, que falou em condições de anonimato e destacou que o presidente Dmitri Medvedev "desde o princípio avaliou negativamente as ações das atuais autoridades da Líbia".

A fonte explicou que a razão da demora do chefe do Kremlin em reagir aos eventos na Líbia se deveu a "uma postura responsável" com relação à sorte dos cidadãos russos que estavam no país.

Minutos antes, o Ministério de Situações de Emergência anunciou que havia concluído a retirada de todos os russos que residiam na Líbia.

Além disso, o alto cargo do Kremlin antecipou que a Rússia também irá colaborar com a aplicação das sanções internacionais contra o regime de Kadafi. "Nos uniremos às sanções, já que consideramos inaceitáveis as ações dos dirigentes líbios", apontou.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

EFE   
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