PUBLICIDADE

Europa

Jornalista que vazou caso de espionagem deixa jornal britânico

15 out 2013 - 20h17
(atualizado às 22h15)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>O jornalista norte-americano Glenn Greenwald recebe seu companheiro, o brasileiro David Miranda, no aeroporto internacional do Rio de Janeiro; Miranda foi detido durante nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, quando levava materiais da investigação de Greenwald</p>
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald recebe seu companheiro, o brasileiro David Miranda, no aeroporto internacional do Rio de Janeiro; Miranda foi detido durante nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, quando levava materiais da investigação de Greenwald
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Glenn Greenwald, jornalista que fez manchetes em todo o mundo com suas reportagens sobre os programas de vigilância eletrônica dos Estados Unidos, está deixando o jornal The Guardian para participar de um novo empreendimento de mídia financiado pelo fundador do eBay, Pierre Omidyar, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A notícia da partida de Greenwald do jornal britânico foi informada anteriormente pelo Buzzfeed.

Greenwald, que mora no Brasil e foi um dos primeiros a revelar informações fornecidas pelo então prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, escreveu em seu blog nesta terça-feira que foi presenteado com uma "oportunidade única dos sonhos na carreira jornalística" que não podia deixar passar. Ele não revelou detalhes do novo empreendimento de mídia do qual participará, mas disse que os detalhes serão anunciados em breve. Greenwald não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Duas fontes familiarizadas com o novo empreendimento disseram que o financiador do projeto era Omidyar. Não ficou imediatamente claro se ele era o único financiador ou se havia outros parceiros. Omidyar tampouco pôde ser imediatamente contatados para comentar o assunto.

Omidyar, presidente do conselho do eBay, mas que não está envolvido nas operações do dia-a-dia da empresa, tem inúmeras atividades filantrópicas, comerciais e políticas, principalmente por meio de uma entidade de investimento chamada Omidyar Network. A Forbes estimou o patrimônio líquido de Omidyar, de 46 anos, em 8,5 bilhões de dólares.

Entre seus empreendimentos está a Honolulu Civil Beat, um site de notícias que cobre assuntos públicos no Havaí. A Civil Beat tem como objetivo criar um novo modelo de jornalismo online, embora não esteja claro quão bem sucedido tem sido.

Omidyar, um iraniano-americano nascido na França, também fundou o Fundo para a Democracia para apoiar "empreendedores sociais que trabalham para garantir que nosso sistema político seja sensível para o público", de acordo com seu website. A conta no Twitter ativa de Omidyar sugere que ele está muito preocupado com os programas de espionagem do governo expostos por Greenwald e Snowden.

O ex-funcionário da NSA recebeu asilo na Rússia em 1º de agosto. Ele vive em um local secreto fora do alcance das autoridades norte-americanas, que o reivindicam sob a acusação de espionagem porque vazou à imprensa detalhes de programas sigilosos de espionagem.

"Lá se vai a liberdade de associação: A NSA recolhe milhões de livros de endereços de emails globalmente", Omidyar escreveu no Twitter nesta terça-feira, apontando para uma nova reportagem do Washington Post com base em documentos de Snowden.

Uma porta-voz do The Guardian, Jennifer Lindauer, disse em comunicado publicado no site de Greenwald: "É claro que estamos desapontados com a decisão de Glenn de seguir em frente, mas apreciamos a atração da nova função que lhe foi oferecida. Desejamos a ele o melhor."

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade