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Europa

Jihadistas do Mali tomam cidade do oeste e ameaçam a França

14 jan 2013 - 14h52
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Os jihadistas retomaram sua ofensiva no Mali, ocupando nesta segunda-feira a cidade de Diabali, 400 km ao norte de Bamaco, e ameaçando "atacar o coração da França", que bombardeia há quatro dias as posições dos combatentes islamitas.

O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir esta segunda-feira à tarde, por iniciativa da França, que quer informar os seus parceiros sobre a situação no Mali e sua intervenção militar.

O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, confirmou a tomada de Diabali pelas forças islamitas, em uma região nas imediações da fronteira com a Mauritânia.

"Sabemos que haverá uma contra-ofensiva para o oeste, ainda mais porque lá estão elementos determinados, os mais estruturados, os mais fanáticos (...). Eles tomaram Diabali, uma pequena localidade, após combates com o Exército malinense, que estava insuficientemente preparado para esse momento", declarou o ministro ao canal BFM-TV.

O ataque a Diabali foi comandado por Abu Zeid, um dos líderes da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (Aqmi), segundo uma fonte de segurança regional.

A França anunciou uma "guerra contra o terrorismo" no Mali e, de acordo com Le Drian, bloqueou na sexta-feira a progressão dos grupos armados islamitas, que controlam o norte do Mali há nove meses, vers le centre du pays.

A aviação francesa bombardeou pela primeira vez no domingo suas posições no norte, em Gao e Kidal, no coração dos territórios jihadistas.

Nesta segunda, o quartel-general do Movimento para a Unidade e a Jihad no Oeste da África (Mujao), em Douentza, 800 km ao norte de Bamaco, foi atacado, mas os combatentes islamitas já tinham fugido da cidade, indicaram fontes concordantes.

"A França atacou o Islã. Em nome de Alá, vamos atacar o coração da França, em todos os lugares, em Bamaco, na África e na Europa", declarou à AFP Abou Dardar, um dos líderes do Mujao.

Em Bamaco, o liceu francês foi fechado nesta segunda-feira "por medida de precaução", de acordo com o embaixador da França, Christian Rouyer, que recomendou a "vigilância" dos 6.000 cidadãos franceses que vivem no Mali.

Mas são as condições dos sete reféns que estão em poder de grupos islamitas no Sahel (região sul do Saara).

No domingo, mais de sessenta jihadistas foram mortos na cidade de Gao e em sua periferia em intensos bombardeios, segundo habitantes da região.

"Eles perderam muito em logística e homens. O número de 60 vítimas não é exagerado em Gao. O registro pode ser até mais elevado", disse uma fonte de segurança regional.

"Vários chefes jihadistas foram mortos ou feridos nos ataques do Exército francês", acrescentou esta fonte.

Os rebeldes tuaregues do Movimento Nacional pela Libertação do Azawad (MNLA) indicaram nesta segunda que estão "preparados para ajudar" o Exército francês a lutar contra os grupos islamitas armados do norte do Mali, fazendo "o trabalho em terra", aproveitando o seu "conhecimento do terreno e das populações".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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