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Europa

Itália avança rumo à ingovernabilidade com Senado sem maiorias definidas

25 fev 2013 - 17h55
(atualizado às 19h04)
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A Itália se encaminha em direção à ingovernabilidade após as eleições gerais, cujos primeiros resultados mostram um Senado no qual nem a centro-esquerda nem a centro-direita têm uma maioria clara, ao mesmo tempo em que ganha força o partido do comediante Beppe Grillo.

Segundo os primeiros dados da apuração oferecidos pelo Ministério do Interior, os resultados das eleições mostram, além disso, como o primeiro-ministro em fim de mandato, Mario Monti, que assumiu o governo em novembro de 2011, não obteve o respaldo dos eleitores para um segundo mandato.

Com mais de 75% das seções eleitorais apuradas no Senado, a coalizão de centro-esquerda de Pier Luigi Bersani é a mais votada, com o 32,21% dos votos, seguida de perto pela de centro-direita liderada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, com 30,04% de apoio.

Atrás vem o Movimento Cinco Estrelas de Grillo, com 23,87% dos votos, e em quarto lugar, a coligação de Monti com 9,18% dos votos.

O resultado no Senado é determinante na Itália pela peculiaridade de seu sistema eleitoral. A maioria é decidida região por região, com territórios como o da Lombardia (norte), com aproximadamente 50 senadores e que é o habitual canteiro de votos da centro-direita.

Com dois terços das seções eleitorais apuradas, a coalizão de Berlusconi conquistou a maioria dos votos na Lombardia, com 38,18% dos votos, contra 29,61% da centro-esquerda de Bersani.

Estes resultados, junto com os de outras regiões, desenham um cenário, segundo uma simulação da emissora de televisão por satélite "Sky TG24", em que das 315 cadeiras do Senado, a centro-esquerda conseguiria 121, a centro-direita de Berlusconi 122, o grupo de Monti nove e o de Grillo 56.

Com uma maioria absoluta de 158 senadores, Bersani necessitaria buscar aliados, que não seriam suficientes mesmo com os eleitos no grupo de Monti, o que pode levar a um bloqueio neste plenário, onde parece pouco provável que a coligação do comediante Grillo esteja disposta a fazer acordos com os partidos tradicionais.

Já em 2006, o governo de centro-esquerda de Romano Prodi viveu uma situação instável (durou apenas dois anos), com um Senado no qual tinha maioria graças ao apoio dos senadores vitalícios.

Já na câmara dos Deputados é preciso alcançar 340 dos 630 assentos para obter a liderança nacional. Com pouco mais da metade das seções apuradas, a coligação de Bersani está na frente com 31,05% dos votos.

Logo depois vem a centro-direita de Berlusconi, com 27,59%, o Movimento Cinco Estrelas de Grillo com 25,62% das preferências dos eleitores, e a coalizão de Monti, com 10,43% dos votos.

EFE   
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