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Europa

Islândia mantém mistério sobre asilo a Snowden

21 jun 2013 - 19h52
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A Islândia se recusou nesta sexta-feira a dizer se concederá asilo político a Edward Snowden, o norte-americano que revelou os programas de vigilância do governo dos Estados Unidos.

Um empresário islandês ligado ao grupo WikiLeaks disse na quinta-feira que preparou um jatinho na China para levar Snowden, que estaria em Hong Kong, para a Islândia, caso o governo conceda o asilo.

Mas as autoridades evitaram se comprometer. "Para solicitar asilo na Islândia, o indivíduo em questão deve estar presente na Islândia e fazer a solicitação em seu nome", disse um porta-voz do Ministério do Interior.

O empresário que ofereceu transporte a Snowden, Olafur Vignir Sigurvinsson, disse nesta sexta-feira à Reuters que seus contatos com o governo continuam. Ele afirmou que só a concessão de asilo ou cidadania poderá garantir a segurança de Snowden. "Se ele já não fez isso, ele provavelmente está no processo de solicitar a cidadania", afirmou.

Ele, assim, seguiria o exemplo do ex-campeão mundial de xadrez Bobby Fischer, que recebeu cidadania islandesa depois de ser acusado nos EUA de sonegar impostos e violar sanções por disputar uma partida na Iugoslávia em 1992.

Após anos vivendo no exterior, ele foi detido no Japão, onde solicitou a cidadania islandesa, concedida em 2005 pelo Parlamento. Ele passou seus últimos anos na Islândia, antes de morrer em 2008.

Snowden já mencionou a Islândia como um possível refúgio, mas disse que não viajaria imediatamente por temer que o pequeno país do Atlântico Norte sucumba à pressão dos Estados Unidos, que cogitam solicitar sua extradição.

A Islândia é um país com fama de promover as liberdades na internet, e o governo centro-direitista eleito em abril está sob pressão para fazer jus a essa reputação.

A lei islandesa permite que o Parlamento conceda cidadania a estrangeiros. Já um processo de asilo, que pode durar mais de um ano, passaria pela Diretoria de Imigração, e em caso de rejeição caberia recurso ao Ministério do Interior.

(Por Robert Robertsson, com reportagem adicional de Patrick Lannin e Alistair Scrutton)

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