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Europa

Inundações na Europa Central deixam capital checa em estado de alerta

3 jun 2013 - 18h16
(atualizado às 18h34)
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Voluntários empilhavam sacos de areia nesta segunda-feira para evitar que o rio Vltava, à beira de transbordar, inunde o centro histórico da capital da República Checa, Praga, após as cheias na Europa Central terem forçado fábricas a fechar as portas e levado milhares de pessoas a deixar suas casas. Pelo menos oito pessoas morreram.

Na República Checa seis pessoas morreram na pior inundação em uma década e o país declarou estado de emergência enquanto na Áustria duas pessoas morreram e outras duas estão desaparecidas.

As inundações, que também afetaram partes da Alemanha, Eslováquia, Hungria e Polônia, provocaram a queda na cotação das ações das resseguradoras Munich Re e Hannover Re, em cerca de 2,5 por cento, já que os mercados preveem grandes pedidos de ressarcimento dos proprietários de imóveis assim que as águas baixarem.

As cheias decorrem de vários dias de chuvas torrenciais. Em alguns lugares, a água esperada em dois meses caiu em apenas alguns dias.

A montadora Volkswagen fechou temporariamente sua fábrica em Zwickau, no leste do Estado alemão da Saxônia, porque a inundação impede os trabalhadores de chegarem ao local.

No centro da cidade alemã de Passau, as pessoas tiraram sapatos e arregaçaram as calças para andar com a água nos tornozelos.

A última vez que a Europa Central teve enchentes semelhante foi em 2002, quando 17 pessoas morreram na República Checa, e os danos foram estimados em 20 bilhões de euros (26.000 milhões dólares).

Autoridades em Praga, cidade listada pela agência cultural das Nações Unidas como Patrimônio da Humanidade, disseram não esperar que as águas do rio Vltava atinjam os níveis de 2002.

Mas eles tentam não correr riscos. As autoridades fecharam o sistema de metrô e ruas próximas ao rio, os soldados colocaram cercas metálicas -um tipo de defesa contra inundações recomendado após o desastre de 11 anos atrás. Em outros lugares, os voluntários ergueram muros com sacos de areia.

Os tigres no jardim zoológico de Praga foram sedados e levados para outro local.

Autoridades checas dizem que o sistema de defesa deve proteger Praga, mas é provável que o nível do rio volte a subir novamente na terça-feira de manhã.

CAFÉS SUBMERSOS

"Saímos Inglaterra ontem e estava quente e ensolarado. Nós não esperávamos isso, nós nem sequer temos nossas capas de chuva", disse a turista britânica Alison Tadman, que chegou a Praga com o marido, Adrian, para comemorar seu 47 º aniversário.

Ela e o marido estavam abrigados em um restaurante McDonald. "Estamos muito desapontados", disse.

Algumas das piores inundações foram registradas ao longo do rio Danúbio, que começa na Alemanha e segue por vários países, incluindo Áustria, Eslováquia e Hungria, em seu caminho até o Mar Negro. O rio está cheio por causa das fortes chuvas no fim de semana.

Na Alemanha, o ministro do Interior voou para as regiões atingidas pelas enchentes nesta segunda-feira e a chanceler Angela Merkel estava se preparando para ir a essas localidades na terça-feira, disse o porta-voz do governo Steffen Seibert.

O problema nesta segunda-feira era que o risco de inundação poderia seguir o curso do rio a jusante do Danúbio, para outros países.

Trabalhadores erguiam barreiras ao longo das margens do Danúbio no ponto onde passa pela capital eslovaca, Bratislava, e a polícia fechou várias estradas.

"Estamos recebendo más notícias da Alemanha e da Áustria. Temos que fazer tudo o que pudermos para proteger ... o capital", disse o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico.

Na Hungria, cuja capital, Budapeste, também fica às margens do Danúbio, 400 pessoas estavam trabalhando em defesas contra inundações, segundo a mídia estatal.

(Reportagem de Robert Muller, Jan Lopatka e Michael Kahn em Praga, Georgina Prodhan em Viena, Erik Kirschbaum em Berlim, Jonathan Gould em Frankfurt, Chris Vellacott em Londres, Alister Doyle em Oslo e Gergely Szakacs em Budapeste; Reportagem de Christian Lowe em Varsóvia)

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