Independentistas catalães iniciam trâmites de leis de desligamento da Espanha
Os partidos políticos que impulsionam o processo defensor da soberania do parlamento da Catalunha iniciaram nesta quarta-feira os trâmites para começar a redigir várias leis de "desligamento" da Espanha, previstas na declaração independentista que realizaram no último dia 9 de novembro.
As leis que pretendem aprovar são a de proteção social catalã, outra do regime jurídico catalão e uma terceira da administração tributária catalã, todas elas incluídas na declaração independentista que posteriormente foi suspensa e declarada ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.
O início da tramitação destas leis coincide com o primeiro dia de negociação do líder do socialista PSOE, Pedro Sánchez, para tentar formar um novo Executivo na Espanha, após receber ontem a incumbência do rei Felipe VI.
As legendas que registraram esta iniciativa são o Junts pel Si, uma heterogênea coalizão de partidos, e a CUP (esquerda radical), que chegaram a um acordo "na última hora" para escolher um novo presidente regional após vários meses de negociações bloqueadas para formar governo.
"(Estas leis) são os três pilares para que a república catalã possa existir. Estamos muito contentes que já se deem passos adiante, é a demonstração que estes 18 meses servem para construir a república catalã", afirmou hoje o deputado da CUP, Benet Salellas, após registrar os pedidos em referência ao prazo para finalizar o processo de "desligamento" da Espanha.
A ideia da Junts pel Si e da CUP é começar a impulsionar estes três projetos legislativos "no menor tempo" possível, embora o calendário e a prioridade que se dará às conferências dependa do presidente de cada comissão parlamentar.
O processo de independência impulsionado por estes partidos é uma das questões que esteve bloqueando as negociações para se alcançar um pacto e conseguir um novo Executivo em nível nacional.
É também a diferença mais importante que deverá ser resolvida pela possível coalizão de forças progressistas que o candidato socialista, Pedro Sánchez, quer liderar junto a legendas como o Podemos (esquerda), um partido que entre suas promessas eleitorais conta com a realização de um referendo vinculativo sobre a independência da Catalunha, o que os socialistas rejeitam.