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Europa

Igreja espanhola impede trans de ser padrinho de batismo

Igreja aformou que seu gênero o impedia de levar uma vida congruente com a fé

27 jul 2015 - 13h35
(atualizado às 20h46)
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O bispado de Cádiz e Ceuta impediu Alex Salinas, um transexual de 21 anos, de ser o padrinho de batismo de seu sobrinho, fato que a Igreja justifica por sua condição, que não cumpre com o requisito de levar "uma vida congruente com a fé". "Para a Igreja eu sigo sendo uma mulher, embora tenha meu documento de identidade mudado", explicou Alex Salinas, que quer interpor um recurso para que o bispado reconsidere uma decisão que ele sentiu "como um soco no estômago" porque "eu sou muito crente".

"Para a Igreja eu sigo sendo uma mulher, embora tenha meu documento de identidade mudado", disse Alex Salinas
"Para a Igreja eu sigo sendo uma mulher, embora tenha meu documento de identidade mudado", disse Alex Salinas
Foto: Román Ríos / EFE

Salinas, que nasceu mulher e que desde fevereiro do ano passado tem documento de identidade de homem e está na lista de espera para uma operação de mudança de sexo, não entende a recusa da Igreja para que ele seja o padrinho do batismo do filho de sua irmã.

O jovem, que se define como católico, garantiu que a princípio o pároco de San Fernando de Cádiz não pôs objeções para que fosse o padrinho na cerimônia religiosa. No entanto, ao solicitar ao bispado a documentação de seu batismo, o pároco o comunicou que não poderia exercer tal função. O jovem foi então a outras paróquias da cidade, mas em todas elas recebeu a mesma esposta.

A Igreja, que estabelece os requisitos para ser padrinho de um batismo no capítulo 4 do Código de Direito Canônico sobre os sacramentos, oferece a Alex Salinas a possibilidade de ser "padrinho espiritual" de seu sobrinho, disseram fontes do Bispado.

Essa é uma opção que é dada a pessoas que, como entende neste caso, não cumprem com algum dos requisitos estabelecidos para ser padrinho de um batismo católico, uma vez que ficar comprovado que por trás da solicitação há "uma boa intenção". Ambos, o padrinho "real" e o "espiritual", têm a mesma missão, a de ajudar a criança a crescer na fé católica, embora só o nome do primeiro deles apareça nos papéis da Igreja sobre o sacramento.

EFE   
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