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Hollande defende atuação em Mali: terroristas serão destruídos

15 jan 2013 - 14h37
(atualizado às 15h21)
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O presidente da França, François Hollande, disse nesta terça-feira que apesar dos riscos que a intervenção em Mali pode representar para os três reféns franceses no país africano a "única solução" para impedir o avanço dos grupos salafistas armados era atuar. Hollande disse ainda que quando forças francesas encontrarem terroristas em sua ofensiva em Mali, têm como missão "destruí-los, capturá-los quando for possível".

Hollande está em Abu Dhabi, onde está participando da VI Cúpula Mundial da Energia do Futuro
Hollande está em Abu Dhabi, onde está participando da VI Cúpula Mundial da Energia do Futuro
Foto: AFP

"Penso a cada dia nos sequestrados, mas considerei que a intervenção era a única solução. Faremos tudo para que possam ser libertados. Aqueles que o sequestraram devem refletir. Ainda se está em tempo de soltá-los para suas famílias", disse Hollande em Abu Dhabi, onde está participando da VI Cúpula Mundial da Energia do Futuro.

Dois dos sequestrados, Serge Lazarevic e Philippe Verdon, foram capturados em novembro de 2011 durante uma viagem de negócios em Mali. A autoria da ação foi reivindicada pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI). O terceiro, Gilberto Rodriguez Leal, foi tomado como refém em novembro de 2012 em uma zona próxima às fronteiras com o Senegal e a Mauritânia e está em mãos do Movimento pelo Monoteísmo e a Jihad na África Ocidental (MYAO), um dos que controlam o norte de Mali.

Defesa e ataque

"Se formos atacados nos defenderemos", insistiu o chefe de Estado, que acrescentou que "se for possível capturá-los, será feito" e que as autoridades do Mali já tomaram como prisioneiros alguns desses rebeldes salafistas.

O mandatário francês explicou que, em seu apoio ao exército malinês, a França é "parte envolvida" no combate por frear o avanço salafista e justificou sua estratégia pelo fato de que esses terroristas não querem "deixar de cometer atentados, abandonar as armas ou sair de Mali, porque muitos são de fora".

O presidente deixou claro que Paris não procura ser o "gendarme da África", e que os africanos devem ser seus "próprios defensores e garantir sua segurança", mas destacou que a França é um país amigo, que atua a pedido do presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré, e dentro da legalidade internacional.

"Se não tivéssemos assumido nossa responsabilidade na sexta-feira, quem sabe onde o Mali estaria hoje, levando em conta o que sabemos hoje sobre seus recursos e suas intenções", disse na entrevista coletiva. Aos veículos de imprensa franceses e internacionais, enfatizou, no entanto, que a França não tem intenção de ficar e que "toda a Europa deve dar seu apoio" à força africana que está destinada a assumir para garantir a integridade territorial desse país.

Hollande agradeceu, ainda, pelo apoio político e logístico recebido e afirmou que na cúpula que as autoridades dos Emirados Árabes Unidos mostraram disposição em colaborar, com uma ajuda que, à espera da formação dessa força africana, "tomará qualquer modalidade que for útil: humanitária, financeira e, eventualmente, militar".

Ao fato de que a Argélia está permitindo sobrevoar sem limite seu espaço aéreo se somou, disse, que o Marrocos tenha tomado uma medida semelhante e que a Mauritânia tenha decidido fechar sua fronteira com o Mali. "Todos os países se mostraram solidários, convencidos de que tomamos a decisão certa porque temos capacidade de intervir", resumiu Hollande, que afirmou que na conferência de doadores que será organizada "em breve" se detalhará a ajuda adicional dirigida a Mali.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, por sua vez, defendeu em Paris a intervenção, perante os deputados, e assegurou que o contingente francês no país se reforçará nos próximos dias e que, a partir da semana que vem, contará já com forças de outros Estados africanos. Lembrou que uma missão avançada do Estado-Maior da força de intervenção africana já se encontra em Bamaco e que vários países da África Ocidental prometeram fornecer soldados ao contingente.

Fontes do Ministério da Defesa indicaram que a França pode chegar a 2.500 soldados no país africano. O chefe do governo acrescentou que desde o primeiro ataque, na sexta-feira passada, foi possível "frear a ofensiva" dos terroristas islâmicos que controlavam o norte do país, divididos em três grupos, e que a determinação francesa "está sendo total e deve conseguir rapidamente resultados significativos".

Com informações de agências internacionais

Fonte: Terra
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