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Europa

Grupo radical de esquerda toma promotor como refém em Istambul

31 mar 2015 - 11h48
(atualizado às 11h48)
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Um promotor foi tomado como refém por dois indivíduos de um grupo armado de extrema esquerda que invadiram nesta terça-feira o Palácio de Justiça Caglayan, em Istambul, informou o jornal "Hürriyet".

Segundo o diário, o refém é o promotor Mehmet Selim Kiraz, que investiga a morte de uma vítima das manifestações do parque Gezi pelo impacto de uma bomba de gás lacrimogêneo.

Uma imagem com um homem armado apontando para a cabeça do promotor foi divulgada nas redes sociais. Atrás dos dois pode ser vista na parede uma bandeira do Partido-Frente de Libertação Popular Grupo Marxista Revolucionário (DHKP-C).

A imprensa turca disse que testemunhas escutaram disparos no edifício. A polícia enviou agentes de sua unidade de elite para os arredores do edifício.

Os sequestradores estão no sexto andar do prédio, onde fica o gabinete do promotor.

Istambul se encontra paralisada devido a um grande blecaute de energia de causas desconhecidas em todo o país, o que aumenta a confusão em torno do que está ocorrendo.

Um comunicado divulgado em um site próximo ao grupo armado diz que os sequestradores exigem que as autoridades cumpram com várias reivindicações, caso contrário matarão o promotor.

Entre elas, pedem uma confissão ao vivo dos policiais suspeitos de matar o menor durante as manifestações. Além disso, exigem que as autoridades assegurem uma saída segura dos sequestradores do Palácio da Justiça.

Fontes da promotoria afirmaram para o jornal "Hürriyet" que estão sendo realizadas negociações entre o grupo de sequestradores e a polícia "através de um mediador que eles escolheram".

Berkan Elvan, de 14 anos, morreu após ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo após permanecer nove meses em coma.

O menino foi atingido na cabeça em junho de 2013 quando ia comprar pão, e morreu em março de 2014, o que gerou uma onda de indignação na Turquia.

O promotor Kiraz assumiu a investigação do polêmico caso há seis meses.

Um deputado do opositor Partido Republicano do Povo (CHP) disse que conversou com o pai de Elvan, que pediu a libertação do promotor, de acordo com o "Hürriyet".

"Meu filho morreu, mas outra pessoa não deve morrer", teria dito o pai de Elvan, segundo o deputado Hüseyin Aygün.

O DHKP-C assumiu um janeiro um atentado contra uma delegacia de polícia de Istambul, no histórico distrito de Sultanahmet, no qual um agente e uma terrorista suicida morreram.

O grupo justificou a ação como uma forma de "punir" os "assassinos" de Berkin Elvan.

Em 2013, um terrorista suicida deste grupo cometeu um atentado em frente à embaixada dos Estados Unidos em Ancara e matou um segurança turco.

Elvan se transformou para muitos no país em um símbolo da violenta repressão por parte do governo nos protestos de 2013 e da guinada autoritária que se seguiu desde então.

EFE   
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