Grã-Bretanha indenizará vítimas de crimes da era colonial no Quênia
O governo britânico indenizará os quenianos vítimas de torturas e de outros maus-tratos durante a repressão do movimento Mau Mau, que há meio século se levantou contra as autoridades coloniais, informou nesta quinta-feira o secretário do Foreign Office, William Hague.
Hague expressou seu pesar por estes crimes e indicou ao Parlamento que as compensações chegarão a 19,9 milhões de libras (23,5 milhões de euros, 30,8 milhões de dólares), para 5.228 denunciantes representados por um escritório de advocacia britânico.
O Foreign Office alegava inicialmente que a responsabilidade por incidentes ocorridos durante a época colonial recaíam sobre o governo do Quênia uma vez que este país do leste da África se proclamou independente em 1963.
Mas no mês passado a diplomacia britânica confirmou negociações para chegar a um acordo com idosos quenianos que acusam as forças imperiais de tê-los submetido a torturas, abusos sexuais e a outros maus-tratos.
"O governo britânico reconhece que existiram quenianos submetidos à tortura e a outras formas de maus-tratos por parte da administração colonial", disse Hague.
"O governo britânico lamenta sinceramente que estes abusos tenham ocorrido e que tenham entorpecido o avanço do Quênia em direção à independência. A tortura e os maus-tratos são violações abomináveis da dignidade humana, que condenamos sem reservas", acrescentou.
O ministro do governo de David Cameron acrescentou que a Grã-Bretanha também contribuirá para a construção em Nairobi de um memorial às vítimas de torturas e maus-tratos durante a era colonial.
Quase 10.000 pessoas, segundo as estimativas mais baixas, morreram e dezenas de milhares foram detidas durante a brutal repressão da revolta Mau Mau, entre 1952 e 1960.
Na época, a atenção internacional se voltou para a morte de 32 colonos brancos.