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Europa

Grã-Bretanha e Espanha tentam resolver crise envolvendo Gibraltar

7 ago 2013 - 20h13
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Grã-Bretanha e Espanha concordaram nesta quarta-feira em cooperar para acalmar os ânimos com relação a Gibraltar, depois de o governo espanhol ameaçar restringir o acesso ao território.

Os dois países há séculos disputam o território na boca do Mediterrâneo, mas a situação se tornou mais tensa no fim de julho, quando barcos de Gibraltar despejaram blocos de concreto no mar para criar um recife artificial.

Nos dias seguintes, as autoridades espanholas passaram a realizar minuciosas verificações nos veículos que cruzavam a fronteira, causando filas que chegavam a várias horas.

A crise se intensificou com tanta rapidez que alguns acusaram o governo espanhol de estar usando a situação para desviar a atenção da opinião pública de um escândalo de corrupção e da recessão econômica.

Os dois lados prometem agora buscar uma solução negociada para a questão. Os primeiros-ministros britânico, David Cameron, e espanhol, Mariano Rajoy, conversaram nesta quarta-feira por telefone.

"O senhor Rajoy concordou que não queria que a questão se tornasse um obstáculo nas relações bilaterais e que precisávamos encontrar uma forma de desescalar a questão", disse a assessoria de Cameron em nota.

Em outra nota, o governo espanhol enfatizou as relações amistosas entre os dois países da União Europeia e disse que seus chanceleres vão colaborar para resolver as divergências.

A Espanha ameaçava impor restrições ainda mais duras para o acesso ao território, que fica encravado entre o estreito de Gibraltar e a região espanhola da Andaluzia.

Entre as medidas cogitadas estavam a cobrança de uma taxa de 50 euros para a travessia da fronteira e a possibilidade de investigações tributárias sobre milhares de gibraltinos que possuem propriedades na Espanha.

O governo espanhol não fez referência às medidas adicionais nesta quarta-feira e não ficou claro se a Espanha abrandará os controles fronteiriços.

A assessoria de Cameron disse que a Espanha se comprometeu em reduzir as restrições na fronteira, mas as declarações posteriores das autoridades de Madri não confirmaram isso, enfatizando em vez disso o direito espanhol de reprimir o contrabando e as fraudes tributárias.

Cerca de 30 mil pessoas vivem em Gibraltar, território que há três séculos está sob soberania britânica, nunca reconhecida por Madri. A fronteira de 1,2 quilômetro ficou fechada entre 1969 e 82, e outros atritos ocorrem com frequência.

(Reportagem adicional de Dominique Searle, em Gibraltar; e de Fiona Ortiz e Tracy Rucinski, em Madri)

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