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Europa

Governo português se fortale após fracasso da moção de censura

19 jul 2013 - 01h58
(atualizado às 07h14)
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A aliança conservadora que governa Portugal transformou o fracasso da moção de censura de ontem em uma prova de sua coesão e em uma demonstração de que é capaz de se manter no poder sem necessidade do acordo que negocia com a oposição.

Os dois partidos da coalizão e a oposição socialista realizam nesta sexta-feira a sexta jornada do diálogo convocado pelo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na busca de um pacto que possa dar estabilidade ao governo e garantir o cumprimento do resgate financeiro de Portugal sem a necessidade de um segundo pacote de ajuda internacional.

No entanto, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, do Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), e seu parceiro no Executivo, Paulo Portas, do Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP, democrata-cristão), consideraram que o fracasso da moção de censura da esquerda demonstra a fortaleza de sua aliança.

Como já fizeram em outras quatro votações apresentadas nos dois anos, ambos os partidos conseguiram anular a moção graças aos seus 132 deputados - dos 230 -, a quinta tentativa da esquerda de derrubar o Executivo e acabar com suas políticas de austeridade.

Na noite de ontem, em um discurso televisionado realizado horas depois do debate, Passos Coelho declarou que a coalizão conservadora já cumpriu dois terços do programa de resgate e, por isso, pode concluir com sucesso o saneamento das finanças portuguesas, recuperar a confiança dos mercados e cumprir a legislatura, que acaba somente em 2015.

No entanto, o chefe de Estado, o conservador Aníbal Cavaco Silva, pediu há uma semana que os três grandes partidos cheguem a um acordo de "salvação nacional" que dê estabilidade ao governo e permita concluir o programa de resgate, em junho de 2014, para depois convocar as possíveis eleições antecipadas.

O primeiro-ministro criticou essa possibilidade, pela incerteza que uma antecipação eleitoral gera no país, e defendeu as conquistas de seu governo na redução do déficit do Estado ao assegurar que já haverá crescimento no próximo ano - após três de recessão.

Passos Coelho também lamentou a "demagogia política" contra a política de austeridade, que considera inevitável, e pôs como exemplo à Grécia ao advertir das consequências negativas que Portugal pode encontrar por não aplicar as rigorosas políticas econômicas.

No debate parlamentar, o primeiro-ministro português reiterou sua intenção de cumprir o acordo com intenção de dar mais poder aos democratas-cristãos no Executivo e, desta forma, garantir a estabilidade da coalizão, uma proposta que Cavaco não aceitou no momento em que anunciou a convocação do pacto de governo com a oposição socialista.

EFE   
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