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Europa

Governo holandês decide na segunda-feira se convoca eleições

22 abr 2012 - 11h33
(atualizado às 12h16)
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O governo holandês decide em um conselho extraordinário de ministros, convocado para esta segunda-feira, 23, se convoca eleições legislativas antecipadas, após o fracasso das negociações para reduzir seu déficit público.

"Amanhã, segunda-feira, o primeiro-ministro Mark Rutte discutirá a situação com seu governo. Espero que seja convocada oficialmente a eleição", disse Rene Tissen, professor de economia política da Universidade de Nijenrode, próxima de Utrecht, no centro do país.

As negociações entre a coalizão de centro-direita e seu aliado na câmara baixa do Parlamento, o partido de extrema-direita PVV, fracassaram ante a negativa do líder do mesmo, Geert Wilders, em aceitar cortes para reduzir o déficit público, que no ano passado ficou em 4,7% do PIB (5,1% em 2010), maior que o teto europeu, de 3%.

As negociações iniciadas no dia 5 de março estavam destinadas a garantir a economia de 16 bilhões de euros até 2013 para respeitar as regras europeias quanto ao déficit público, mas Wilders se negou a aprovar estas medidas, alegando que elas teriam contribuído para reduzir o poder de compra dos holandeses.

De acordo com dados do Escritório Central de Planejamento, as medidas orçamentárias teriam ocasionado uma queda de 2,5% do poder de compra em 2013. O pacote de medidas proposto previa, entre outras coisas, uma ligeira alta do IVA, o congelamentos dos salários dos funcionários e a redução dos orçamentos para saúde e de ajuda para os países em desenvolvimento.

"As eleições parecem evidentes", declarou neste sábado Mark Rutte, ao anunciar que havia convocado um conselho de ministros excepcional para esta segunda-feira pela manhã para analisar o assunto.

O partido de Geert Wilders, eurocético e anti-islâmico, apoiava até agora o governo no Parlamento, o que lhe garantia uma maioria de 76 dos 150 assentos da câmara baixa até a demissão de 21 de março de um deputado do PVV, que passou ao grupo independente.

Apesar de a maioria dos analistas apostar na celebração de eleições antecipadas depois do verão, as opiniões divergem sobre as consequências disso para a Holanda, um dos quatro países da zona do euro que não teve sua nota máxima, triplo A, rebaixada pelas agências de classificação.

"(A perda do trilpo A) seria um desastre para a economia da Holanda", disse Arnold Heertje, um professor de economia aposentado, que adverte que isso aumentaria o desemprego e faria cair o crescimento e os investimentos.

O governo minoritário de Mark Rutte foi formado após o término das eleições antecipadas organizadas após a queda, em fevereiro de 2010, do executivo do ex-primeiro-ministro, Jan Peter Balkenende, por desacordos no seio da coalizão sobre o prolongamento da missão holandesa no Afeganistão.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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