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Europa

Governo e oposição reivindicam vitória na Albânia

23 jun 2013 - 19h22
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A coalizão de direita do premier em final de mandato Sali Berisha e a oposição socialista liderada por Edi Rama reivindicavam na noite deste domingo a vitória nas legislativas da Albânia, marcadas pela morte de um militante opositor e cujos resultados sairão nesta segunda-feira.

As seções eleitorais deveriam fechar às 17H00 GMT (14H00 Brasília), mas a Comissão Eleitoral Central (CEC) autorizou a prorrogação até às 21H00 GMT (18H00) diante do importante número de pessoas que permaneciam nas filas.

"'O Renascimento' (coalizão opositora) venceu", declarou o chefe da esquerda, Edi Rama, durante entrevista coletiva em Tirana, entre simpatizantes que gritavam "vitória".

Mas o líder da aliança de direita e atual premier, Sali Berisha, também se disse "convencido de nossa grande vitória".

Um ativista da oposição de esquerda foi baleado e morto próximo a uma seção eleitoral em Laç, 40 km ao norte de Tirana.

Há ainda três feridos, incluindo um ativista do partido de Berisha, indicou uma fonte policial.

Rama, 48 anos, visitou o local da morte em Laç e denunciou "um grave incidente político (...) destinado a intimidar os eleitores".

Berisha reagiu afirmando que "os cidadãos têm a garantia de que seu voto será respeitado" e qualificou de "inaceitável qualquer forma de intimidação".

As eleições foram monitoradas de perto por Bruxelas que, por duas vezes, se recusou a conceder ao país o status de candidato à adesão à União Europeia.

Desde a queda do regime comunista, em 1990, os resultados das eleições na Albânia são sistematicamente contestados por suspeitas de fraudes e irregularidades.

Após disputas entre o governo de direita e a oposição de esquerda, três dos sete membros da Comissão Eleitoral Central (CEC) renunciaram em abril, deixando a entidade sem a maioria necessária de cinco votos para declarar os resultados das eleições.

"Tenho encorajado os líderes políticos a evitarem qualquer ação que possa ter um impacto negativo no desenvolvimento a médio e longo prazo da Albânia, em troca de ganhos políticos de curto prazo", insistiu o chefe da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em Tirana, Eugen Wollfarth.

"Uma CEC totalmente operacional seria o primeiro passo" na direção certa, acrescentou.

Analistas temem que os resultados eleitorais sejam contestados, como tem acontecido desde a queda do comunismo em 1990.

Desde as eleições parlamentares de junho de 2009, a Albânia vive um impasse político. A oposição socialista se recusa a reconhecer os resultados das eleições, denunciado irregularidades.

Tanto Berisha como Edi Rama defendem de forma unânime a adesão do país à UE, bem como a recuperação da economia.

Durante a campanha, Berisha, de 69 anos, que domina o cenário político há mais de 20 anos, procurou atrair os eleitores com a promessa de um aumento de 6% nos salários e aposentadorias.

O desemprego afeta 14% da população, mas de acordo com a oposição, a taxa é superior a 40% nas regiões mais pobres do norte do país.

A dívida da Albânia atinge 62% do PIB e o crescimento econômico em 2012 foi de apenas 1,5%.

Rama, ex-prefeito de Tirana, apelou aos eleitores para "virar a página da corrupção e da pobreza" do regime de Berisha.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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