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Europa

Governo britânico relaciona assassinato de militar com terrorismo

22 mai 2013 - 17h58
(atualizado às 17h58)
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Um militar foi brutalmente assassinado nesta quarta-feira em um ataque perpetrado por dois homens em um bairro de Londres, que as autoridades britânicas consideram um possível ato terrorista.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, qualificou em Paris o ataque como "um ato bárbaro" que tem "claros indícios" que se trata de um "incidente terrorista" e retornou antes do previsto a Londres depois de se reunir com o presidente francês, François Hollande.

O Executivo do primeiro-ministro conservador também tachou de "doentio" e "apavorante" este ataque cometido pelos dois homens, que segundo alguns meios de comunicação teriam tentado decapitar o militar.

Cameron assegurou que o Reino Unido, que já sofreu ataques terroristas como os atentados no metrô de Londres em julho de 2005, não cederá nunca às ameaças terroristas e que "os terroristas não vencerão nunca".

O chefe do Estado francês, por sua parte, transferiu sua solidariedade à população do Reino Unido perante o "covarde assassinato de um soldado britânico" e reafirmou seu compromisso de luta conjunta contra o terrorismo "em todas as partes".

Segundo a imprensa britânica, dois homens se jogaram sobre um militar e o apunhalaram aos gritos de "Alá é grande" no bairro de Woolwich, no sudeste de Londres. O falecido teria cerca de 20 anos, da mesma forma que os dois agressores.

Como resposta, a polícia disparou e feriu os agressores nesta área onde há várias instalações militares apesar de as autoridades não confirmarem que o falecido seja um soldado, como assinalaram várias testemunhas e o próprio presidente francês.

Um vídeo transmitido pela rede britânica "ITV", gravado aparentemente no lugar onde aconteceu o ataque, mostra um homem com as mãos ensanguentadas, segurando um facão e falando em direção à câmera.

"Sinto pelas mulheres que tiveram que ver isso, mas em nossa terra as mulheres têm que ver o mesmo. Vocês nunca vão estar a salvo", diz o homem, que também grita: "Juramos por Alá todo-poderoso que nunca deixaremos de combater. A única razão pela qual fizemos isso é porque há muçulmanos morrendo a cada dia. Este soldado britânico é o olho por olho e o dente por dente".

Alguns testemunhos recolhidos pela imprensa britânica no lugar do incidente assinalaram que os agressores pediram que lhes fotografassem e que "parecia que queriam ser famosos de uma maneira estúpida", disse uma testemunha para o site do jornal "The Guardian".

Logo após ser informada do incidente, a ministra de Interior, Theresa May, convocou nesta noite o comitê de emergência Cobra, que agrupa especialistas de segurança do governo e que voltará a reunir-se amanhã sob a liderança de Cameron.

Segundo a agência local "Press Association", o comitê decidiu aumentar a segurança em Woolwich e nos quartéis militares de Londres apesar de o Reino Unido não ter modificado seu nível de alerta terrorista.

"Este é um ataque contra todas as pessoas no Reino Unido. Atos desprezíveis como este não ficarão sem castigo", declarou Theresa May, que concordou com Cameron ao apontar que existem "claros indícios" que se tratou de um "ato terrorista".

O Conselho Muçulmano do Reino Unido, por sua parte, condenou "sem reservas" o assassinato do soldado, que qualificou de "um ato bárbaro, sem nenhuma relação com o Islã".

A rainha Elizabeth II da Inglaterra foi informada do ataque e expressou sua preocupação, mas um porta-voz do Palácio de Buckingham garantiu que a visita da monarca aos quartéis de artilharia de Woolwich prevista para a próxima semana está mantida.

EFE   
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