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Mundo

Governo britânico obrigará vândalos a limpar áreas atingidas

16 ago 2011 - 09h03
(atualizado às 09h36)
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As pessoas que participaram dos distúrbios no Reino Unido deverão limpar as áreas que destruíram, anunciou nesta terça-feira o vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg.

O premiê britânico, David Cameron, visita centro comunitário no bairro londrino de Tottenham
O premiê britânico, David Cameron, visita centro comunitário no bairro londrino de Tottenham
Foto: Getty Images

O objetivo da medida do governo de David Cameron é punir os jovens processados que não forem presos, para que pagando pelos atos que fizeram não voltem a delinquir.

O Ministério da Justiça recomendará aos juízes decretar este tipo de punição para que os participantes dos distúrbios enfrentem as comunidades que danificaram.

"Quero que vejam suas vítimas", disse o vice-primeiro-ministro, quem explicou que os causadores dos distúrbios limparão as ruas usando roupas da cor laranja.

"As vítimas só se sentirão protegidas se o castigo aos criminosos os fizer não voltar a cometer estes delitos", assinalou Cregg, para quem com essa medida os autores dos distúrbios poderão comprovar o dano que fizeram.

O vice-primeiro-ministro anunciou ainda a criação de uma comissão independente para ouvir as vítimas e as comunidades afetadas.

A comissão deve elaborar um relatório em até nove meses para apresentar aos líderes dos três principais partidos.

O primeiro-ministro, David Cameron, visitou nesta terça-feira a área afetada pelos distúrbios no bairro londrino de Tottenham, e esteve em um centro social que fornece comida e roupa a 200 pessoas que perderam suas casas pelos incêndios. Ele conversou com as vítimas e com bombeiros.

"Estive em todo o país escutando o que aconteceu, mas aqui foi onde as coisas começaram", disse Cameron aos coordenadores dos serviços de emergência reunidos em um quartel de bomberos, depois de visitar um centro poliesportivo que distribui comida e roupa às vítimas dos distúrbios.

O premiê, que demorou mais de uma semana para visitar Tottenham, recordou que a situação no bairro da zona norte da capital se viu "complicada" pela morte de Mark Duggan por disparos da polícia, que desencadeou os distúrbios.

O conservador disse que existe um "importante esforço reconstrução em curso". "Estive no centro esportivo e vi como a comunidade se uniu com grande coordenação. Podemos reconstruir tudo outra vez", completou.

O primeiro-ministro se reuniu, longe da imprensa, com algumas das 50 famílias que ficaram desabrigadas pelos incêndios registrados nos distúrbios, os mais violentos em 30 anos no Reino Unido.

Uma vereadora trabalhista local, Claire Kober, destacou que 50 famílias viram suas casas destruídas nos distúrbios - o que representa entre 150 e 200 pessoas - e 100 negócios foram seriamente afetados ou destruídos em Tottenham.

De Tottenham, os distúrbios se propagaram rapidamente pela capital e a outras cidades inglesas como Birmingham ou Manchester, antes de serem sufocados após quatro noites de violência e saque pela polícia, que efetuou 2,8 mil detenções.

Violência no Reino Unido

No início da noite de sábado, 6 de agosto, manifestantes iniciaram protestos em Nottingham, no norte de Londres, motivados pelo assassinato de um homem de 29 anos e pai de família, dois dias antes, pela polícia. Os protestos logo se desenvolveram em uma onda de violência que se arrastou noite adentro, quando grupos depredaram lojas e incendiaram carros, dando início ao pior episódio de violência urbana da história recente londrina.

Os tumultos diminuíram na manhã de domingo, mas ganharam nova força nos dias seguintes, irradiando para diversos bairros londrinos e até mesmo para outras cidades, como Manchester, Liverpool e Birmingham. A intensidade da violência levou centenas de policiais às ruas para conter os levantes. O premiê britânico, David Cameron, e o prefeito de Londres, Boris Johson, condenaram os tumultos. Na madrugada de quarta-feira, outras três pessoas perderam a vida atropeladas em Birmingham e, na sexta-feira, Richard Mannington Bowes, 68 anos, que estava em estado crítico depois de ser ferido na noite de segunda, não resistiu e morreu no hospital, elevando para cinco o número de vítimas desde o início da onda de violência.

EFE   
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