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Europa

Francês mantém a mulher e os filhos prisioneiros por 4 anos

9 jan 2013 - 12h10
(atualizado às 12h51)
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Um homem manteve fechados durante anos a própria mulher e seus quatro filhos em um apartamento de proteção oficial de Saint-Nazaire, no noroeste da França, em condições insalubres, informaram nesta quarta-feira fontes policiais. A mulher e os quatro filhos, de entre 14 e 20 anos, foram descobertos no sábado passado pelos bombeiros, que foram ao local alertados por uma ligação da mãe.

Edifício em Saint-Nazaire onde o homem mantinha a família prisioneira
Edifício em Saint-Nazaire onde o homem mantinha a família prisioneira
Foto: AFP

Ao entrar, descobriram um apartamento cheio de sujeira e com os muros tomados pelo mofo provocado pela umidade e a falta de ventilação, enquanto a porta e a janela estavam fechadas com ferrolhos.

Segundo fontes oficiais citadas pela televisão BFMTV, a mulher e os filhos não tinham saído da casa pelo menos nos últimos três anos, enquanto o pai, o único que saía, é suspeito de ser o culpado pelo enclausuramento, o que levou à abertura de uma investigação. Os filhos foram hospitalizados e estão acompanhados pela mãe, enquanto o pai foi internado em um hospital psiquiátrico.

"Nós pensamos, assim como outros vizinhos, que ela tinha ido embora com seus filhos", explicou Pascale Le Gall, a vizinha de cima do apartamento, cuja porta está selada com fitas vermelhas. Segundo ela, a mãe e seus filhos não eram vistos há um ano. Outros vizinhos, do mesmo andar da família, ou do térreo, falam de três anos.

Apenas o pai, que vivia com um boné sob o cabelo na altura dos ombros e não respondia aos cumprimentos das pessoas, ainda era visto regularmente por seus vizinhos, deixando lixo ou subindo com as compras. "Uma investigação foi iniciada para averiguar se houve abandono material e moral por parte dos pais", indicou à AFP a Promotoria de Saint-Nazaire.

Segundo a polícia e fontes da justiça, os filhos apresentam atraso no desenvolvimento. Eles viviam com seus pais em um apartamento em um estado avançado de insalubridade, com mofo nas paredes e tetos enegrecidos pela umidade. Cadeados foram colocados nas portas exteriores.

A mãe, 47 anos, que chamou os bombeiros na madrugada de sábado sob o pretexto de um mal-estar, foi colocada sob custódia na segunda-feira e libertada na terça-feira para se juntar aos seus filhos. Uma quinta filha mais velha, que já não residia na casa, foi ouvida pelos investigadores.

O escritório que administra o prédio de apartamentos com alugueis baixos onde a família foi descoberta, afirmou que nada indicava uma tal degradação do imóvel. "Não notamos nenhum vestígio sobre esta família em especial", indicou. "Como todo mundo, ficamos chocados", declarou um porta-voz, Benoît Delliaux, acrescentando que o apartamento era alugado pela família há mais de uma década.

Pascale Le Gall afirmou, por sua vez, que havia repetidamente relatado problemas de odor, bem como da visita de sua vizinha de baixo que reclamava de barulho e de vazamentos. Os vizinhos de baixo, uma família com três filhos, informaram em setembro de problemas de infiltração do andar de cima, mas o serviço de reparos não conseguiu entrar em contato.

Com informações das agências EFE e AFP

Fonte: Terra
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