PUBLICIDADE

Europa

França trabalha com Argélia para deter avanço rebelde no Mali

13 jan 2013 - 17h25
(atualizado às 17h38)
Compartilhar
Exibir comentários

A ofensiva dos grupos islâmicos contra o sul do Mali foi detida e a aviação francesa começou a bombardear neste domingo as "bases de apoio" aos rebeldes no norte do país, revelou o chanceler francês, Laurent Fabius. "Já conseguimos parar os terroristas e hoje nos concentramos em suas bases de apoio" no norte do Mali, disse Fabius em entrevista à imprensa francesa após incursões aéreas contra o região de Gao.

Fabius destacou ainda que a Argélia autorizou a passagem por seu espaço aéreo para facilitar as operações. "A Argélia autorizou, sem restrições, os voos militares sobre seu território", disse. Pouco antes, o ministério da Defesa confirmou a partida de aviões Rafale da França para missões de combate no Mali.

Além de visar as "bases de apoio", a França mantém, pelo terceiro dia consecutivo, os bombardeios contra comboios de picapes dos grupos islâmicos, segundo o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. "Efetuamos ataques aéreos permanentemente". "O presidente está totalmente determinado em erradicar esses terroristas que ameaçam a segurança do Mali, do nosso país e da Europa", completou Le Drian à televisão francesa.

"Estamos trabalhando com os argelinos e continuaremos conversando para decidir se as tropas africanas devem avançar para o norte (do Mali) e se a Argélia fechará suas fronteiras", destacou Fabius.

De acordo com o chanceler, a operação francesa tem três objetivos: "bloquear o avanço terrorista" para o sul, "permitir recuperar a integridade do Mali, algo que exigirá tempo, e aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU" que prevê um diálogo político no país.

Fabius revelou ter conversado neste domingo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que felicitou o governo francês por seu compromisso no Mali. "Se a França não tivesse agido, os grupos islâmicos poderiam ter chegado a Bamaco (capital), com consequências imprevisíveis".

Consultado sobre a duração da intervenção francesa no Mali, Fabius estimou que é "uma questão de semanas".

Além dos bombardeios, o governo da França ainda enviava, hoje, mais tropas para a capital do país, Bamaco, enquanto aguarda a chegada de uma força de países do oeste africano para desalojar rebeldes ligados à rede Al Qaeda que ocupam áreas do norte malinês.

Uma fonte ligada ao presidente francês, François Hollande, considerou que as forças militares francesas foram surpreendidas por grupos islâmicos "bem equipados, bem armados e bem treinados", dotados "de um material moderno e sofisticado". A fonte revelou que boa parte destes armamentos modernos foi obtida na Líbia.

A frente rebelde reúne os grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao), que controlam o norte do Mali.

Na quinta-feira, os grupos islâmicos tomaram Konna, no centro do país, mas o Exército do Mali, apoiado por tropas nigerianas e pela aviação francesa, retomou a cidade na sexta-feira, impondo dezenas de baixas ao inimigo e detendo o avanço rebelde em direção ao sul e a Bamako.

Fonte: Com informações da Reuters
AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade