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Europa

França reforça medidas antiterroristas e lidera ação no Mali

12 jan 2013 - 22h16
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O presidente francês, François Hollande, anunciou neste sábado um reforço das medidas antiterroristas na França, no momento em que Paris lidera a ação militar no Mali para combater grupos islâmicos armados.

A França "deve adotar todas as precauções necessárias aqui" diante da ameaça terrorista, com "vigilância aos prédios públicos e a nossa infraestrutura de transportes", declarou o presidente francês em um discurso no Palácio del Eliseu, sede da presidência.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, anunciou que o plano de defesa antiterrorista "Vigipirate", em vigor desde 2005, recebeu um reforço "imediato" envolvendo transportes, aglomerações e prédios públicos.

O dispositivo "Vigipirate" está vigente desde os atentados de Londres, em 2005, e prevê especialmente operações aleatórias em locais de risco, como trens de alta velocidade, e restrição do espaço aéreo, além da mobilização de militares e policiais.

Hollande determinou o reforço da segurança no território francês após declarar que o Exército deteve "nossos adversários" no Mali, onde tropas francesas ajudam as forças locais a enfrentar grupos islâmicos que avançam do norte para o sul do país.

O presidente francês reafirmou que a intervenção militar no Mali "não tem qualquer outro objetivo que a luta contra o terrorismo". "A França quer apenas proteger um país amigo" de grupos terroristas e "por este motivo nossa ação é apoiada pelo conjunto da comunidade internacional e saudada por todos os países africanos".

"Nossa missão ainda não terminou" no Mali. "Ela consiste em preparar a chegada da força de intervenção africana".

Tropas francesas e nigerianas se uniram ao Exército do Mali na cidade de Sévaré, no centro do país, ponto de partida de uma contra-ofensiva, na sexta-feira, sobre as forças rebeldes que haviam conquistado a cidade de Konna, em seu avanço em direção ao sul e à capital, Bamaco.

A França também enviou militares a Bamako com o objetivo de "garantir a segurança" dos cerca de 6 mil cidadãos franceses na capital do Mali.

Konna - ocupada na quinta-feira pelos grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao) - foi retomada na sexta pelas forças regulares do Mali após violentos combates que deixaram "cerca de 100 mortos" entre os rebeldes islâmicos, segundo o Estado-Maior malinense.

"Deixamos dezenas de mortos, talvez 100, entre os rebeldes islâmicos em Konna. Controlamos toda a cidade", afirmou neste sábado o tenente Ousmane Fané, do Estado-Maior do Mali.

Testemunhas informaram à AFP que há dezenas de corpos na região de Konna, a maioria de homens vestidos com túnicas árabes e turbantes. Um membro da segurança regional disse ter visto "ao menos 46 islâmicos" mortos.

Segundo o membro da segurança, os rebeldes islâmicos foram mortos na sexta-feira "em ataques aéreos franceses" e da infantaria do Mali".

Os combates em Konna mataram ainda dez civis, incluindo três crianças, de acordo com Corinne Dufka, do grupo humanitário Human Rights Watch (HRW). A responsável destacou que diversas crianças recrutadas pelos grupos islâmicos também morreram nos confrontos.

Dufka afirmou que os grupos islâmicos empregam "meninos-soldados" recrutados nos últimos meses na região de Gao, no norte do Mali, e na Nigéria.

Em conversa telefônica com o primeiro-ministro David Cameron, o presidente francês acertou o envio de "assistência logística militar britânica para ajudar no trasporte das tropas estrangeiras" no Mali.

O gabinete de Cameron confirmou à AFP o envio ao Mali, a princípio, de dois aviões britânicos de transporte de tropas.

Os governos de Burkina Faso, Níger e Senegal enviaram um batalhão de "500 homens" ao Mali.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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