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Europa

França espera que cúpula do clima em Paris reverta fracasso de Copenhague

26 mai 2015 - 09h32
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Um acordo internacional inovador para frear o aquecimento global está ao alcance, mas grandes obstáculos ainda despontam, incluindo a resistência a um pacto juridicamente vinculativo, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, em entrevista à Reuters.

Chanceler francês, Laurent Fabius, do lado de fora de seu gabinete em Paris. 22/05/2015
Chanceler francês, Laurent Fabius, do lado de fora de seu gabinete em Paris. 22/05/2015
Foto: Philippe Wojazer / Reuters

Altos funcionários de quase 200 países vão se reunir entre 30 novembro e 11 dezembro em Paris para tentar superar o colapso da última conferência sobre as mudanças climáticas no planeta, realizada em Copenhague em 2009, e definir um acordo final.

Espera-se que o acordo seja formatado a partir de vários planos nacionais que limitam o aumento das emissões de gases do efeito estufa depois de 2020.

"Todos os governos enfatizam que querem chegar a um acordo em Paris, mas as questões permanecem complicadas e é muito difícil obter um consenso entre 196 partes", afirmou Fabius na entrevista.

Fabius disse que concordar em limitar o aumento das temperaturas mundiais a não mais de 2 graus Celsius acima da média pré-industrial significaria sucesso e "o ponto de partida para uma nova ordem".

O ano passado foi o mais quente desde que os registros começaram, no século 19. Desde aquela época, as temperaturas médias mundiais já subiram cerca de 0,85 graus centígrados, aumentando o risco de ondas de calor, enchentes e elevação do nível dos oceanos em consequência do derretimento do gelo polar.

Altos funcionários se reunirão em Bonn, na Alemanha, de 1 a 11 de junho, como parte dos preparativos para Paris. Fabius advertiu que, para se ter sucesso, a maioria dos obstáculos, incluindo a espinhosa questão de como garantir um acordo juridicamente vinculativo, teria de ser resolvida antes de dezembro.

"Se houver um acordo, uma porção de países irá ratificá-lo no Parlamento, mas há outros em que politicamente é mais complicado, como os Estados Unidos, onde o Congresso está reticente. Vamos precisar encontrar uma fórmula jurídica que garanta que o acordo seja eficaz e que todos o aceitem", disse.

Como o presidente francês, François Hollande, Fabius tem investido muito capital político para assegurar um resultado positivo. Ele observou que o fracasso nos preparativos foi uma lição fundamental aprendida em Copenhague.

"Há uma síndrome de Copenhague. Nenhum líder mundial quer passar por isso de novo", disse, acrescentando que desta vez os dirigentes provavelmente vão chegar desde o início da cúpula para evitar divergências de última hora.

Apenas 38 representantes, incluindo Estados Unidos, Rússia e a União Europeia, como um bloco, apresentaram planos à ONU. Fabius disse esperar uma onda de contribuições em junho e antes da Assembléia-Geral da ONU, em setembro.

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