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Europa

França eleva alerta antiterrorista após ofensiva em Mali

12 jan 2013 - 16h55
(atualizado às 20h39)
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O presidente francês, François Hollande, anunciou neste sábado um reforço das medidas antiterroristas na França, após a intervenção do Exército francês no Mali para combater grupos islâmicos armados.

A França "deve adotar todas as precauções necessárias aqui" diante da ameaça terrorista, com "vigilância aos prédios públicos e a nossa infraestrutura de transportes", declarou o presidente francês em um discurso no Palácio del Eliseu, sede da presidência.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, anunciou que o plano de defesa antiterrorista "Vigipirate", em vigor desde 2005, recebeu um reforço "imediato" envolvendo transportes, aglomerações e prédios públicos.

O dispositivo "Vigipirate" está vigente desde os atentados de Londres, em 2005, e prevê especialmente operações aleatórias em locais de risco, como trens de alta velocidade, e restrição do espaço aéreo, além da mobilização de militares e policiais.

Hollande determinou o reforço da segurança no território francês após declarar que o Exército deteve "nossos adversários" no Mali, onde tropas francesas ajudam as forças locais a enfrentar grupos islâmicos que avançam do norte para o sul do país.

O presidente francês reafirmou que a intervenção militar no Mali "não tem qualquer outro objetivo que a luta contra o terrorismo". "A França quer apenas proteger um país amigo" de grupos terroristas e "por este motivo nossa ação é apoiada pelo conjunto da comunidade internacional e saudada por todos os países africanos".

"Nossa missão ainda não terminou" no Mali. "Ela consiste em preparar a chegada da força de intervenção africana".

Tropas francesas e nigerianas se uniram ao Exército do Mali na cidade de Sévaré, no centro do país, ponto de partida de uma contra-ofensiva, na sexta-feira, sobre as forças rebeldes que haviam conquistado a cidade de Konna, em seu avanço em direção ao sul e à capital, Bamaco.

Konna - ocupada na quinta-feira pelos grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao) - foi retomada na sexta pelas forças regulares do Mali após violentos combates que deixaram "cerca de 100 mortos" entre os rebeldes islâmicos, segundo o Estado-Maior malinense.

"Deixamos dezenas de mortos, talvez 100, entre os rebeldes islâmicos em Konna. Controlamos toda a cidade", afirmou neste sábado o tenente Ousmane Fané, do Estado-Maior do Mali.

Os combates em Konna mataram ainda dez civis, incluindo três crianças, de acordo com Corinne Dufka, do grupo humanitário Human Rights Watch (HRW). A responsável destacou que diversas crianças recrutadas pelos grupos islâmicos também morreram nos confrontos.

Dufka afirmou que os grupos islâmicos empregam "meninos-soldados" recrutados nos últimos meses na região de Gao, no norte do Mali, e na Nigéria.

Em seu discurso, Hollande admitiu ainda que a operação na Somália para tratar de libertar um refém francês "não teve sucesso", mas destacou que a missão "confirma a determinação da França de não ceder aos terroristas".

Um comando francês fracassou neste sábado ao tentar libertar um refém na Somália, que acabou sendo morto por seus sequestradores, segundo Paris, em uma operação que também terminou com a morte de pelo menos um soldado francês e de 17 "terroristas".

A operação efetuada na madrugada deste sábado em Bulomarer (sul) desencadeou combates "de grande violência" e "tudo leva a crer que Denis Allex foi morto por seus sequestradores", disse à imprensa em Paris o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

O refém, Dennis Allex, um agente do serviço de inteligência externa (DGSE), foi sequestrado em 2009 em Mogadíscio quando realizava "uma missão oficial de assistência" ao governo somali de transição, segundo o ministério francês da Defesa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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