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Europa

França e Portugal puseram vida de Morales em risco, diz chanceler

2 jul 2013 - 21h13
(atualizado às 21h30)
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França e Portugal colocaram a vida do presidente Evo Morales em risco ao revogar as permissões de aterrissagem e sobrevoo por seus territórios, motivo pelo qual o líder boliviano teve de pousar de emergência em Viena, denunciou o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, nesta terça-feira.

"Queremos expressar nosso incômodo e mal-estar, porque isto pôs a vida do presidente em risco", disse o ministro na entrevista coletiva em La Paz.

Morales retornava à Bolívia no avião presidencial, procedente de Moscou, onde participou da cúpula de países produtores de gás natural e se reuniu com seu colega russo Vladimir Putin.

O mandatário boliviano tinha que fazer uma escala técnica em Portugal, mas Lisboa "inexplicavelmente nos comunicou que havia cancelado a autorização de sobrevoo e aterrissagem", indicou Choquehuanca.

Com essa decisão, "um novo plano de voo foi elaborado para que o presidente" pousasse na Espanha, depois da autorização deste país para que a aeronave "fosse reabastecida nas Ilhas Canárias". Mas quando Morales "estava no ar, a França nos comunicou que a autorização de sobrevoo do território francês havia sido cancelada".

Ele ressaltou que a medida, ao que parece, se deveu ao "rumor" de que na aeronave do mandatário estava o americano Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos por ter revelado programas de espionagem do governo americano.

"É uma informação que estava circulando, uma informação mal-intencionada para prejudicar o país (...) é uma grande mentira", insistiu.

O chanceler venezuelano, Elías Jaua, qualificou as decisões de Portugal e França de "atentado" dirigido pelos Estados Unidos contra a vida do presidente Evo Morales.

"É um atentado à vida do presidente Morales (...). Os governos de Europa e Estados Unidos estão por trás desta agressão grosseira, brutal, imprópria e selvagem que colocou em risco a vida de um presidente", disse Jaua à TV estatal venezuelana.

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que as decisões de Lisboa e Paris foram uma "tremenda ofensa" ao presidente Evo Morales.

Patiño disse que pedirá uma "reunião extraordinária" de ministros das Relações Exteriores da União Sul-Americana de Nações (Unasul) para analisar o incidente com Morales e as denúncias de Snowden.

"Não é possível suspeitar que no avião de Morales viajasse o senhor Snowden, e tiveram o atrevimento de negar a um presidente de uma república sul-americana a passagem por seu espaço aéreo. Isto me parece uma tremenda ofensa".

"Daqui enviamos nossa solidariedade ao presidente Morales e a rejeição do que ocorreu com ele".

Na noite desta terça-feira, o avião de Morales pousou no Aeroporto de Viena "sem Edward Snowden" a bordo, informou à AFP um funcionário do ministério austríaco das Relações Exteriores.

"O presidente Morales partirá na madrugada desta quarta-feira para La Paz", revelou Alexander Schallenberg.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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