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Europa

França destaca vontade britânica para combater Estado Islâmico

22 nov 2015 - 16h11
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O ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse neste domingo em Brasília que desconhece qual será a resposta do Reino Unido à proposta para que participe de uma coalizão internacional de combate ao Estado Islâmico (EI) na Síria, mas destacou a solidariedade mostrada pelos britânicos até então.

"Observamos que nossos amigos britânicos estão totalmente solidários a nossas análises e que demonstraram uma total vontade de combater o terrorismo", afirmou o chanceler francês em entrevista coletiva concedida em Brasília após se encontrar com a presidente Dilma Rousseff.

Fabius se referiu às versões segundo as quais o Reino Unido se juntaria aos bombardeios realizados por França, Estados Unidos e Rússia contra posições do Estado Islâmico na Síria.

"Não sei o que o governo britânico vai fazer. Tive a oportunidade de discutir o assunto com o primeiro-ministro, David Cameron, na Cúpula do G20 (realizada há uma semana na Turquia) e na oportunidade analisamos a possibilidade do Reino Unido aumentar sua participação nas operações", disse.

O ministro francês admitiu que qualquer decisão do Reino Unido dependerá de autorização parlamentar. Fabius espera saber a resposta dos britânicos após a reunião que o presidente da França, François Hollande, terá na segunda-feira em Paris com Cameron para discutir sobre o combate antiterrorista e a situação na Síria.

Cameron dedicou os últimos dias a buscar apoio entre os deputados britânicos a uma estratégia para erradicar o grupo jihadista Estado Islâmico que passe por estender à Síria a ofensiva que o Reino Unido já realiza contra alvos do EI no Iraque.

Em agosto de 2013, o parlamento britânico votou contra uma possível intervenção na Síria, mas depois aprovou a participação aérea britânica no Iraque.

Fabius destacou que os britânicos foram solidários com a França após os atentados terroristas da semana passada em Paris, nos quais morreram 130 pessoas, e enfatizou o apoio do Reino Unido à resolução contra o terrorismo aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e que exige que os países com capacidade tomem "todas as medidas necessárias" para agir contra o EI na Síria e no Iraque.

A França realiza uma ofensiva diplomática para fortalecer a coalizão internacional que combate alvos do Estado Islâmico na Síria.

Segundo o ministro das Relações Exteriores francês, o assunto será abordado nesta semana com os chefes de Estado dos principais aliados.

Além do encontro de amanhã com Cameron, o presidente francês, François Holande, deve se reunir na terça-feira com o presidente americano, Barack Obama; na quarta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, e nesta mesma semana com o presidente russo, Vladimir Putin.

O ministro acrescentou que a solução para o conflito na Síria não se reduz ao plano militar e destacou a "guia de ações" aprovada há uma semana na conferência de Viena, que contou com a participação de vários países, inclusive alguns que apoiam o governo do presidente Bashar al Assad.

"Trata-se de uma guia que não será fácil de implementar mas sabemos que é necessário conversar com a oposição sobre uma intervenção, uma nova constituição e eleições no próximo ano", comentou.

Fabius considerou necessário combater o Estado Islâmico com todas as forças, mas lembrou que isso também exige uma solução política ao conflito na Síria, que "causou não apenas 300 mil mortes, mas consequências no mundo todo pela fuga de milhares de refugiados".

EFE   
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