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Europa

Fantasma da Frente Nacional domina as eleições regionais francesas

12 dez 2015 - 14h59
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O fantasma da Frente Nacional (FN) francesa, que pela primera vez está presente em todo o território no segundo turno de pleito regional, domina as eleições de domingo, nas quais a esquerda do presidente francês, François Hollande, espera escapar do desastre anunciado.

Liderando em 6 das 13 regiões no primeiro turno, o partido dirigido por Marine le Pen aspira conquistar alguma região e escapar assim de sua limitação histórica, a de superar 50% dos votos em um segundo turno.

Assim ocorreu nas eleições departamentais do ano passado, quando após ser o partido mais votado no primeiro turno, não conseguiu nenhum circunscrição.

Seu forte crescimento desde 2012, pelas mãos da filha do fundador do partido, faz o partido aspirar a conseguir pelo menos um triunfo, o que colocaria em suas mãos o controle do maior orçamento que nunca administrou.

Esse sucesso seria, além disso, o melhor trampolim para que Le Pen tenha chances no seguinte pleito na França, as eleições presidenciais de 2017, seu autêntico objetivo.

Com dois deputados e dois senadores, uma dezena de municípios e 22 eurodeputados, a FN alcançou no domingo passado ser, pela terceira vez, o partido mais votado da França com mais de 6 milhões de sufrágios, 27,63%.

As pesquisas indicam que a FN tocou teto no primeiro turno, por isso que tem pouca margem de melhora no segundo.

Ao contrário dos socialistas, que após os modestos 24% conseguidos no domingo, podem se beneficiar dos apoios dos eleitores ecologistas e neocomunistas, eliminados para o segundo turno.

Quanto à direita moderada dirigida pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, as pesquisas também não outorgam um grande espaço de progressão aos seus 27,25%.

As pesquisas demonstram também uma maior participação, de 49,5% para 53%, o que transforma em imprevisíveis os resultados nas regiões onde mais ajustadas aparecem as pesquisas.

É o caso das duas principais localidades perseguidas pela FN, a do Nord-Pas-de-Calais-Picardie, onde Marine le Pen superou 40% dos votos no domingo e onde os socialistas, terceiros, retiraram seu candidato e pedem o voto para o conservador Xavier Bertrand, que obteve um quarto dos sufrágios.

E a da Provença-Alpes-Costa Azul, o tradicional reduto da extrema direita francesa, onde Marion Le Pen teve 40,6% dos sufrágios no primeiro turno e espera vencer, após a retirada dos socialistas, o seu único rival, o direitista Christian Estrosi, que teve 26,5%.

Mas os ultradireitistas mantêm também aspirações em Champanhe-Ardenas, Lorena e Alsácia, pelas mãos do número 2 da FN, Florian Philippot (36%), depois que o candidato socialista (16%) desobedeceu o partido e se mantive na corrida, o que pode diminuir apoios a seu rival conservador Philippe Richert (26%).

O mesmo efeito divisor entre seus rivais a FN espera que beneficie em Borgonha e Franche-Comté sua candidata Sophie Montel (31,5% no primeiro turno), frente ao conservador François Sauvadet (24%) e à socialista Marie-Guite Dufay (23%).

Quanto aos socialistas, que controlavam todas as regiões menos uma, podem limitar o fracasso que há algumas semanas era apontado nas pesquisas.

Têm quase seguro o triunfo na Bretanha, pelas mãos do popular ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, e na Aquitânia Limousin Poitou-Charentes, com o saliente Alain Rousset, além da Córsega com seus aliados.

Os socialistas também aspiram conquistar outras sete regiões, principalmente a região de Paris, onde o duelo deve ser justo entre o presidente da Assembleia Nacional, o socialista Claude Bartolone, e a ex-ministra conservadora Valérie Pécresse.

A direita moderada, que buscava um novo golpe eleitoral a Hollande, quer que os socialistas não o salvem com o simbólico triunfo em Paris e somando mais regiões que seus rivais.

No cenário de fundo está, há um ano e meio das presidenciais, a credibilidade de Sarkozy para dirigir a oposição a Hollande, perante a irresistível ascensão da FN.

EFE   
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