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Europa

Ex-tesoureiro do PP desvincula sua fortuna na Suíça de contas do partido

25 fev 2013 - 14h46
(atualizado às 14h49)
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O ex-tesoureiro do Partido Popular espanhol Luis Bárcenas tentou justificar nesta segunda-feira diante do juiz responsável pelo caso de corrupção Gürtel, Pablo Ruz, a origem de sua fortuna em bancos suíços.

Bárcenas procurou desvincular seu dinheiro das contas do partido. Segundo informaram fontes jurídicas, nas três horas de interrogatório o ex-tesoureiro explicou que sua renda tinha origem na compra e venda de imóveis e arte, assim como de investimentos na bolsa.

As fontes acrescentaram que o ex-tesoureiro apresentou documentos e justificou "minuciosamente" como acumulou 22 milhões de euros em contas de bancos suíços.

Bárcenas, que é acusado no caso Gürtel desde 2009, deverá comparecer ainda duas vezes no tribunal, uma delas na audiência em que o Ministério Público e opositor Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) pedirão medidas cautelares para evitar que o ex-funcionário saia da Espanha.

A fortuna de Bárcenas nos bancos suíços chegou a atingir 22 milhões de euros.

Pablo Ruz, juiz da Audiência Nacional, citou Bárcenas para que ele se apresentasse depois de ser informado pelas autoridades suíças, em resposta a uma comissão rogatória, que foi encontrado uma conta no Dresdner Bank vinculada ao ex-tesoureiro.

A descoberta da conta e a posterior publicação divulgação de uma suposta contabilidade paralela do PP atribuída a Bárcenas, e que incluiria o pagamento de salários extras em dinheiro não declarado para a cúpula do partido, colocou a legenda de Mariano Rajoy, chefe de governo da Espanha, no centro de um grande escândalo.

Segundo a comissão rogatória, Bárcenas teve na Suíça no final de 2005 um total de 14,8 milhões de euros em nome da fundação panamenha Sinequanon, quantidade que aumentou para 19,7 milhões em 2006, e para 22,1 milhões em 2007. Em 2008, o valor caiu para 13,6 milhões de euros, e em 2009, para 11,8 milhões.

Na semana passada, a Promotoria Anticorrupção disse que existem "múltiplos e contundentes indícios" de corrupção cometidos por Bárcenas, concretamente suborno, delito fiscal e lavagem de dinheiro, embora acrescentou que esperaria sua declaração de hoje para decidir se pedirá medidas cautelares contra o ex-tesoureiro.

O caso Gürtel sobre corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro vinculados a membros do PP foi iniciado há quatro anos, após uma operação coordenada pelo então juiz Baltasar Garzón.

EFE   
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