Décadas após morte no exílio, família real sérvia ganha funeral de Estado
Autoridades do governo da Sérvia e centenas de pessoas de luta participaram do enterro do rei Petar II Karadjordjevic e outros membros da família real deposta da Iugoslávia, neste domingo, décadas depois de suas mortes no exílio.
Os corpos de Petar, sua esposa, a rainha Aleksandra, a mãe, rainha Maria, e seu irmão, Príncipe Andrej, foram exumados de cemitérios nos EUA, Grã-Bretanha e Grécia. Os quatro caixões, envoltos em bandeiras reais sérvias e escoltados por guardas do Exército, foram transferidos para a capela real de Oplenac, na cidade de Topola.
Petar sucedeu a seu pai, o rei Aleksandar, que foi assassinado em Marselha, na França, por nacionalistas croatas e búlgaros, em 1934. Depois que a Alemanha nazista invadiu a Iugoslávia em 1941, Petar fugiu do país e passou a maior parte da Segunda Guerra Mundial no exílio, na Grã Bretanha. Depois da guerra, Petar foi proclamado traidor pela liderança comunista, que também aboliu a monarquia. Suas propriedades foram confiscadas e ele permaneceu exilado até a sua morte, em 1970, nos EUA.
O presidente Tomislav Nikolic, o primeiro-ministro Ivica Dacic, o patriarca e líder da Igreja Sérvia Ortodoxa, Irinej, estavam entre os presentes ao funeral. A cerimônia foi um ato de reconciliação entre os sérvios que ou apoiaram a família real ou as forças comunistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Dezenas de milhares de pessoas morreram na Sérvia entre 1941 e 1945 em uma guerra civil entre guerrilheiros monarquistas e comunistas que também lutaram contra os ocupantes alemães. Os dois lados continuavam em desacordo décadas depois da guerra.