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Europa

Ex-chefe do FMI é absolvido em julgamento por crimes sexuais

12 jun 2015 - 09h57
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Um tribunal francês absolveu nesta sexta-feira o ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, por crimes sexuais dos quais era acusado.

O ex-ministro socialista de 66 anos mostrou-se impassível durante a leitura da sentença, e só assentiu com a cabeça quando o juiz o declarou inocente de ter contratado prostitutas para festas libertinas em Paris, Bruxelas e Washington.

DSK, candidato favorito nas eleições presidenciais de 2012, viu sua carreira política desmoronar por conta desse escândalo e de um outro anterior, chamado "Sofitel", em Nova York.

Na França, recorrer aos serviços de uma prostituta não é ilegal, mas incitar ou organizar seu trabalho é considerado proxenetismo, e o proxenetismo é um crime.

No caso revelado em 2011, ele foi acusado de ter participado de festas com prostitutas, organizadas por amigos em Lille, Bélgica e Washington, onde está localizada a sede do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Strauss-Kahn, que foi acusado junto a outras 13 pessoas por "proxenetismo qualificado", nunca negou sua participação nestas festas, mas sempre sustentou que ignorava que as mulheres que participavam delas fossem prostitutas contratadas por seus amigos.

Uma versão validade pela justiça: DSK não foi o "instigador das festas, ele teve um comportamento de cliente, o que não pode ser repreendido pela lei", declarou o presidente do tribunal Bernard Lemaire.

O próprio promotor do caso havia pedido a absolvição do ex-diretor do FMI, ao considerar que não havia provas contra ele.

Na abertura do julgamento, em fevereiro, o presidente do tribunal pediu para que os protagonostas distinguissem a lei da moral. Apesar do "clima sereno", os debates revelaram detalhes sobre a vida sexual de DSK, que ele mesmo reconheceu ser "mais rude do que a média".

Várias prostitutas se referiram a sessões de "abate", um "açougueiro". Enquanto ele preferiu falar de "recreação", "festa", se definindo como um libertino.

Treze réus também compareceram neste caso conhecido como "Carlton", nome de um hotel de luxo onde alguns deles trabalhavam, mas onde Dominique Strauss-Kahn nunca pôs os pés.

Com a exceção de um ex-funcionário do Carlton, condenado a um ano, todos foram absolvidos, incluindo um dono francês de um bordel na Bélgica, apelidado de Dodo La Saumure.

Essas decisões mostram o "vácuo total deste caso", comentou Henri Leclerc, um dos advogados de DSK, que denunciou uma instrução "totalmente ideológica".

O indiciamento do ex-ministro socialista "foi baseado em critérios morais e nenhum caso jurídico", acrescentou ele, culpando os vazamentos organizados nos meios de comunicação.

Durante quatro anos, a sexualidade deste economista brilhante alimentou as manchetes de jornais. O primeiro episódio remonta ao final de 2008, quando uma ex-membro do FMI, Piroska Nagy, acusou-o de assédio. DSK pediu desculpas publicamente e manteve seu posto.

Enquanto isso, na França, uma jovem jornalista, Tristane Banon, acusou-o de tentativa de estupro que teria ocorrido em 2003. No verão de 2011, ela apresentou uma queixa rejeitada pela justiça meses depois.

A decisão judicial coloca fim a quatro anos de escândalos sexuais, como o protagonizado por ele no hotel Sofitel de Nova York em maio de 2011, quando uma empregada, Nafissatou Diallo, o acusou de estupro. O caso terminou com um acordo financeiro confidencial.

Golpe final: uma ex-prostitutas publicou um livro onde o compara a um porco.

Nas pesquisas, DSK ainda é considerado um homem competente. Desde 2012, embarcou no quadro internacional, mas suas tentativas no setor bancário fracassaram.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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