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Europa

Grécia: "aristocrata vermelho" é novo ministro das Finanças

Tsakalotos se considera um representante da corrente mais radical do partido governamental, o esquerdista Syriza. Conheça o novo ministro

6 jul 2015 - 15h38
(atualizado às 18h01)
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Na direção do Syriza há mais de uma década, Tsakalotos sempre foi o homem para as tarefas difíceis que ninguém queria fazer.
Na direção do Syriza há mais de uma década, Tsakalotos sempre foi o homem para as tarefas difíceis que ninguém queria fazer.
Foto: ALEXANDROS VLACHOS / EFE

O principal representante da Grécia nas negociações de Bruxelas com os credores e até esta segunda-feira vice-ministro de Relações Exteriores, Euclidis Tsakalotos, "o aristocrata vermelho" para seus companheiros do Syriza, substitui Yanis Varoufakis à frente do Ministério das Finanças.

Tsakalotos assumiu as rédeas da negociação em Bruxelas desde abril, quando o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, retirou Varoufakis da primeira linha de frente em consequência das fortes críticas que recebeu de seus colegas no Eurogrupo (instituição informal que reúne os ministros de Finanças e Economia dos países da zona do euro).

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Embora Tsakalotos não se caracterize por querer estar no centro das atenções, ao contrário de Varoufakis, sua nomeação pode agradar pouco muitos dos membros europeus, pois ele mesmo se considera um representante da corrente mais radical do partido governamental, o esquerdista Syriza.

No entanto, é exatamente este fato que poderia facilitar caso a Grécia chegue a um acordo com a Europa, Tsakalotos poderia ser o mais indicado para comunicar as inevitáveis concessões aos deputados mais radicais.

Na direção do Syriza há mais de uma década, Tsakalotos sempre foi o homem para as tarefas difíceis que ninguém queria fazer.

No governo de Tsipras, isto se traduziu em assumir a responsabilidade de dialogar com os parceiros europeus, o que, após a ruptura das negociações em 25 de junho e o arrasador "não" às propostas dos credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) no referendo de ontem, domingo, certamente não será uma tarefa fácil.

O novo ministro de Finanças mantém boas relações com o governador do Banco da Grécia, Yanis Sturnaras, a quem conhece desde seus tempos de estudante no Reino Unido.

No passado, colaboraram em publicações científicas conjuntas, embora não compartilhem das mesmas ideias.

Nascido em 1960 na Holanda, Tsakalotos tem, assim como outros membros do governo esquerdista, uma biografia forjada no exterior.

Foi criado no Reino Unido, onde estudou Ciências Políticas e Empresariais na Universidade de Oxford e na Universidade de Sussex, e durante quatro ano foi professor na Universidade de Kent.

Tsakalotos chegou à Grécia em 1993, e assim como Varoufakis, é autor de uma série de livros.

O até agora vice-ministro das Relações Exteriores, responsável pelas relações econômicas internacionais, é membro do comitê central do Syriza desde 2004.

O "aristocrata vermelho", como é chamado por alguns de seus companheiros do Syriza, por ser filho de uma família rica, foi objeto de polêmica em 2013, quando sua declaração de patrimônio como deputado revelou que tinha investido grandes somas de dinheiro na companhia de gestão de investimentos Black Rock e no JP Morgan.

Tsakalotos explicou que se tratavam de investimentos de seu pai, que tinha acrescentado seu nome como co-proprietário destes bens.

Além disso, Tsakalotos possui duas casas, uma no bairro de luxo de Kifisia, no norte de Atenas e outra na cidade de origem de seus pais, na comarca de Thesprotia, no noroeste da Grécia.

O novo ministro das Finanças grego é casado com Heather Denise Gibson, responsável há vários anos pelo departamento de pesquisas o Banco da Grécia, com quem tem três filhos.

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EFE   
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