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Europa

Espanha: judeus denunciam 17,5 mil tuítes antissemitas

Associações judaicas acusam usuários de "incitação ao ódio e à discriminação" por comentários postados no Twitter após final da Euroliga de basquete

20 mai 2014 - 11h29
(atualizado às 11h32)
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<p>Hashtag '#putosjudíos' se tornou uma das mais populares do Twitter na Espanha após vitória do Maccabi de Tel Aviv sobre o Real Madrid na final da Euroliga de basquete</p>
Hashtag '#putosjudíos' se tornou uma das mais populares do Twitter na Espanha após vitória do Maccabi de Tel Aviv sobre o Real Madrid na final da Euroliga de basquete
Foto: teinteresa.es / Reprodução

Várias associações judaicas da Catalunha, no nordeste da Espanha, apresentaram nesta terça-feira uma denúncia por 17.500 tuítes com mensagens antissemitas após a vitória do Maccabi de Tel Aviv sobre o Real Madrid na final da Euroliga de basquete.

Depois da disputada partida de domingo, vencida pela equipe israelense na prorrogação (98-96), uma onda de mensagens com conteúdo antissemita inundou a rede social Twitter na Espanha, a ponto de a hashtag '#putosjudíos' se converter em uma das mais populares do país.

"Ao ver reações após a vitória do Maccabi como 'judeus aos fornos' ou 'judeus aos chuveiros', decidimos apresentar esta denúncia", explicou à AFP Rubén Noboa, do grupo Israel na Catalunha e impulsionador da ação judicial, à qual 11 associações se somaram.

Os demandantes apresentaram ao Ministério Público mais de 17.500 mensagens supostamente antissemitas enviadas após a partida, cinco delas por usuários que puderam ser identificados com nome e sobrenome.

As associações acusam estas cinco pessoas de "incitação ao ódio e à discriminação", crime punível com entre um e três anos de prisão na Espanha, e pedem para identificar e ampliar a denúncia aos outros usuários anônimos.

Para Noboa, estas mensagens demonstram o "substrato antissemita" da sociedade espanhola que, segundo um relatório da organização Antidifamation League publicado recentemente, é o terceiro país europeu depois de Grécia e França com maior antissemitismo.

"Aqui quase ninguém conhece um judeu, mas se reproduzem os clichês e esterótipos, também alimentados pelo catolicismo", afirma Noboa.

Esta polêmica ocorre pouco depois da detenção de três usuários de redes sociais por crimes de apologia ao assassinato, após o assassinato no dia 12 de maio da líder provincial do Partido Popular, conservador, Isabel Carrasco.

Após uma onda de insultos à mulher assassinada e à classe política espanhola em geral, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, anunciou uma investigação para perseguir toda "apologia do crime e incitação do ódio" nas redes sociais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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