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Europa

Em meio a protestos, Senado russo vota proibição de adoções

26 dez 2012 - 08h22
(atualizado às 08h42)
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O Senado da Rússia vota nesta quarta-feira um projeto de lei que proíbe a adoção de crianças russas por parte de famílias dos Estados Unidos que já foi aprovado quase por unanimidade na Duma (Câmara dos Deputados). A iniciativa, como disseram seus criadores, é uma resposta à aprovação nos EUA da "Lei Magnitski", que impõe restrições a funcionários russos pela morte em prisão preventiva do advogado russo Sergei Magnitski. A votação gera protestos em frente ao Senado, em Moscou, onde alguma pessoas foram detidas.

A "Lei Antimagnitski", como alguns veículos de imprensa locais chamaram a proibição de adoções de crianças russas por americanos, foi criticada duramente pela oposição e gerou fortes discussões dentro do governo. A vice-primeira-ministra responsável por Assuntos Sociais, Olga Golodets, advertiu que o projeto de lei contradiz várias leis e atas internacionais, como a Convenção sobre os Direitos da Criança. Sobre este ponto também chamaram a atenção o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e outros membros do governo.

Já o presidente russo, Vladimir Putin, declarou na semana passada, em sua entrevista coletiva anual, que entende e considera adequada a iniciativa dos deputados, o que leva a crer que promulgará o projeto. O chefe do Kremlin acusa os EUA de descumprir o acordo bilateral sobre adoções e denunciou a morte de várias crianças russas adotadas por pais norte-americanos devido a maus tratos.

Segundo uma pesquisa divulgada ontem por um instituto russo, 56% dos cidadãos do país apoiam a proibição, que gerou criticas da comunidade internacional. A Igreja Ortodoxa Russa também apoia a iniciativa, por considerar que responde ao desejo do povo russo de deixar de "vender as crianças para o exterior" e que "as crianças fiquem na Rússia".

Protestos

Sete manifestantes foram detidos em Moscou, diante da sede do Senado, que examinará a lei que proíbe a adoção de crianças russas por parte de americanos, indicou a imprensa. Cinco deles protestavam contra esta controversa lei, e outros dois a favor da mesma, segundo a agência Itar-Tass.

De acordo com a legislação russa, as pessoas que participarem de uma "manifestação individual" podem fazê-lo sem autorização, mas neste caso devem estar a 50 metros uma da outra. Segundo a polícia, citada pelas agências, os manifestantes estavam a menos de 50 metros uns dos outros. Um fotógrafo da AFP constatou que outros quatro manifestantes, três a favor da lei e um contra, seguiam em frente à câmara alta do Parlamento após as detenções.

Com informações das agências EFE e AFP

Fonte: Terra
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