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Hollande recebe apoio de ex-colaboradores de Sarkozy

17 abr 2012 - 12h21
(atualizado às 12h27)
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O candidato socialista à presidência francesa François Hollande, ignorado pelos líderes europeus, recebeu nesta terça-feira o apoio do primeiro-ministro belga e de ex-membros dos governos de direita de seu rival Nicolas Sarkozy e de Jacques Chirac.

O chefe de Governo belga, o socialista Elio di Rupo, participará nesta terça-feira de um grande comício de Hollande em Lille (norte). Di Rupo não discursará no ato, função que será passada ao seu sucessor na liderança do PS belga, Thierry Giet.

Este é o primeiro apoio de um dirigente europeu, no cargo, anunciado a Hollande, o que não é de surpreender, já que a maioria dos líderes são conservadores.

Tanto o britânico David Cameron como a alemã Angela Merkel manifestaram publicamente seu apoio a Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição, e as informações sobre um suposto acordo entre eles para não receber Hollande causou grandes repercussões na imprensa francesa no início da campanha.

Hollande, que ainda é o favorito nas pesquisas, recebeu o apoio de ex-membros de governos da direita.

Corinne Lepage, que foi ministra do Meio Ambiente do ex-presidente Jacques Chirac, anunciou nesta terça-feira que votará nele.

"Sempre disse que não queria que Nicolas Sarkozy fosse reeleito. É importante um pólo realista, para além da esquerda, que apóie François Hollande", explicou.

Na segunda-feira, Martin Hirsch, exaltado Comissário para a Solidariedade e um símbolo da "abertura" do governo de Sarkozy, anunciou que "pretende votar em François Hollande".

O historiador Jean-Luc Barré, um grande amigo de Chirac, afirmou à imprensa que o próprio ex-presidente conservador votará no candidato socialista e contra seu próprio campo.

De acordo com Barré, Chirac e Hollande "têm em comum o mesmo apego aos valores republicanos, assim como a rejeição de todas as formas de extremismo e de discriminação".

Suas declarações provocaram uma reação irada de Sarkozy, que disse estar "triste" por alguns "falarem" em nome de seu antecessor.

Paralelamente, a presidente da MEDEF, a federação da indústria francesa, Laurence Parisot, que nunca escondeu a preferência por Sarkozy, afirmou nesta terça-feira que em alguns temas, tais como o "papel dos organismos intermediários e as negociações paritárias, estão "mais próximas" de Hollande, e declarou que pretende encontrá-lo antes do segundo turno da eleição.

Na pesquisa de opinião mais recente, realizada pelo instituto Harris Interactive, publicada nesta terça-feira, Hollande continua a ser o vencedor do segundo turno, em 6 de maio, com 53% das intenções de voto (47% para Sarkozy).

No primeiro turno (22 de abril) os dois candidatos continuam lado a lado: Sarkozy com 28% e François Hollande com 27%. Os dois são seguidos pela candidata da extrema-direita Marine Le Pen (17%), o radical de esquerda Jean-Luc Mélenchon (12%) e o centrista François Bayrou (11%). Os outros candidatos contabilizam menos de 2%.

Enquanto isso, os debates continuam focados em temas econômicos. Sarkozy insistiu nesta terça-feira na necessidade de reduzir os déficits, para obter em troca, um diálogo com o Banco Central Europeu (BCE) sobre seu apoio ao crescimento.

"Vamos avançar para o BCE, uma vez que não pode haver tabus na Europa, mas sem dar a impressão de que é uma maneira de evitar os esforços para reduzir o déficit e a dívida", disse.

O presidente, que propôs no domingo um debate sobre o papel do BCE, afirmou que é favorável a independência do Banco Central, opinião compartilhada pela Alemanha, que reiterou firmemente este compromisso na segunda-feira.

Hollande, por sua vez, previu que a "crise do euro não acabou", mas que "a França não está exposta" e tem os meios para "controlar as finanças".

O candidato socialista também indicou que, se eleito, vai negociar com os sindicatos sobre um possível aumento do salário mínimo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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