Esperança de reeleição de Sarkozy desmorona, dizem pesquisas
13 abr2012 - 08h49
(atualizado às 09h18)
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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, defendeu sua política econômica nesta sexta-feira, à medida que pesquisas de opinião sugeriram que suas perspectivas de reeleição estão desmoronando a pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições. O candidato socialista, François Hollande, é claramente o favorito.
Uma pesquisa da CSA mostrou Hollande aumentando sua vantagem sobre Sarkozy, cuja melhora modesta nas pesquisas do mês passado está evaporando antes das eleições de dois turnos, nos dias 22 de abril e 6 de maio.
A pesquisa mostrou Hollande vitorioso no turno decisivo de 6 de maio com 57%dos votos, e duas outras pesquisas recentes também sugerem que as chances do socialista se tornar o primeiro presidente de esquerda da França desde François Mitterrand foram reforçadas.
Em seu último confronto, Sarkozy disse que ajudou a França a lidar com a crise econômica ao longo dos últimos quatro anos muito melhor do que países como a Grécia ou a Espanha, e renovou os avisos de turbulência no mercado caso seu rival Hollande seja eleito.
"O que dispara os mercados financeiros e a especulação é quando um país não paga suas dívidas, renega os seus compromissos e embarca em um caminho de gasto considerados maléficos", disse Sarkozy TV ao canal de notícias TELE.
"O senhor Hollande, com a promessa de aumentar a despesa, sem qualquer compromisso com os cortes, está preparando o terreno para um problema de confiança (nos mercados financeiros)", disse o presidente.
Hollande, que diz ter condições de reduzir o déficit público e também promover emprego e educação com o aumento de impostos sobre os ricos, manteve sua linha em três entrevistas a jornais desta a sexta-feira, dizendo que a austeridade seria auto-destrutiva se não for acompanhada de esforços para promover crescimento econômico na França e na Europa.
"Digo claramente: os mercados financeiros não irão estabelecer a lei na França", disse ao semanal de negócios La Tribune. As outras duas pesquisas promissoras para Hollande foram divulgadas pelos institutos BVA e LH2, na quinta-feira.
A pesquisa BVA mostrou Hollande vencendo o segundo turno com 54%, dois pontos acima da sondagem anterior. A pesquisa LH2 deu ao socialista 55% dos votos no turno decisivo.
O conservador Nicolas Sarkozy, 57 anos, da União por um Movimento Popular (UMP), é o atual presidente e tentará a reeleição no pleito de abril. Apesar da máquina pública influenciar a favor, seu favoritismo não se confirma nas pesquisas de intenção de voto. A diferença para o segundo colocado, François Hollande, é de apenas 0,5%. Além disso, Sarkozy nao vive um bom momento de popularidade - ele é o mais impopular dos cinco principais líderes europeus, segundo uma pesquisa recente
Foto: AFP
O deputado François Hollande, 57 anos, ex-prefeito de Tulle e membro do Partido Socialista, é o principal adversário de Sarkozy nas eleições presidenciais. O socialista chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto, caiu para a segunda colocação, com pequena margem de diferença, mas ainda pode surpreender devido à queda na popularidade do atual presidente. Hollande foi marido de Ségolène Royal, antiga rival de Sarkozy na corrida eleitoral
Foto: Reuters
A ultradireitista Marine Le Pen, 43 anos, herdou a liderança do pai, Jean-Marie Le Pen, na liderança do Partido da Frente Nacional. Segundo as recentes pesquisas de intenção de voto, ela entrou definitivamente na briga como a terceira colocada. Assim como o pai, Marine é conhecida pelas frases fortes e postura provocativa, mas seu talento oratório também é reconhecido
Foto: AP
O centrista François Bayrou, 60 anos, da União para a Democracia Francesa, concorre pela terceira vez às eleições presidenciais. Fundador do Partido Democrata Europeu, ao lado de Francesco Rutelli, Bayrou também foi ministro da Educação entre 1993 e 1997. Segundo as pesquisas de intenção de voto, não deve ter grandes avanços em sua posição
Foto: Reuters
O político Jean-Luc Mélenchon, 60 anos, é o candidato do Partido da Esquerda no pleito presidencial. Mélenchon tem 10% nas pesquisas de intenção de voto e reúne muitos simpatizantes da esquerda que não foram seduzidos pelo discurso de François Hollande. Professor e jornalista, o candidato também já foi ministro de governo e senador em seu país
Foto: Reuters
A franco-norueguesa Eva Joly, 68 anos, é deputada pelo Partido Os Verdes desde 2009. Ex-juíza da Alta Corte de Paris, a candidata ficou conhecida nos anos 1990 por lutar contra a corrupção em casos importantes como o da companhia petrolífera Elf Aquitaine e do ex-ministro Bernard Tapie. Apesar do reconhecimento por sua ética profissional, Eva Joly não deve surpreender no pleito de abril
Foto: AFP
A ultraesquerdista Nathalie Arthaud, 42 anos, é candidata pelo Partido dos Trabalhadores. Arthaud é professora e concorre às eleições pela segunda vez. Em 2009, ela obteve pouco mais de 24,7 mil votos (0,84%)
Foto: Reuters
O trotskista Philippe Poutou, 45 anos, é sindicalista e representa a extrema-esquerda francesa nas eleições pelo Novo Partido Anticapitalista. Funcionário de uma fábrica de automóveis, Poutou liderou a Liga COmunista Revolucionária nas eleições legislativas de 2007, onde obteve apenas 2,7% dos votos. Philippe Poutou não deve sair das últimas colocações segundo as intenções de voto
Foto: Reuters
O nacionalista Nicolas Dupont-Aignan, 51 anos, lidera o Levante da República (DLR, na sigla em francês) em sua sgeunda participação em pleitos presidenciais. Ex-prefeito de Yerres, Dupont-Aignan é vice-presidente do Partido Eudemocrata (EUDemocrats, em inglês), a Aliança das Democracias para a Europa. Ele não tem grandes ambições no pleito e deve figurar nas últimas colocações
Foto: AFP
O esquerdista Jacques Cheminade, 70 anos, nascido em Buenos Aires, é um ativista político francês. Atualmente, é o líder do Movimento LaRouche na França. Formado em Direito e funcionário de carreira do Ministério da Economia, Cheminade vai para sua segunda disputa presidencial - a primeira foi em 1995. Não deve sair das últimas colocações segundo as intenções de voto
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