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Europa

Eleição presidencial italiana pode dividir centro-esquerda

18 abr 2013 - 10h04
(atualizado às 10h07)
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O dividido Parlamento italiano começou nesta quinta-feira o processo de eleição indireta do novo presidente da República, mas a aliança de centro-esquerda está profundamente dividida pela indicação de Franco Marini, ex-presidente do Senado, como seu candidato.

Roberta Lombardi, do partido Movimento 5 estrelas, insere seu voto na urna em eleição presidencial no Parlamento italiano, em Roma. O dividido Parlamento italiano começou nesta quinta-feira o processo de eleição indireta do novo presidente da República. A eleição de um novo presidente para o lugar de Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 15 de maio, é crucial para a solução do impasse político no qual a Itália mergulhou depois da inconclusiva eleição parlamentar de fevereiro, em que nenhum partido formou maioria para governar. 18/04/2013.
Roberta Lombardi, do partido Movimento 5 estrelas, insere seu voto na urna em eleição presidencial no Parlamento italiano, em Roma. O dividido Parlamento italiano começou nesta quinta-feira o processo de eleição indireta do novo presidente da República. A eleição de um novo presidente para o lugar de Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 15 de maio, é crucial para a solução do impasse político no qual a Itália mergulhou depois da inconclusiva eleição parlamentar de fevereiro, em que nenhum partido formou maioria para governar. 18/04/2013.
Foto: Tony Gentile / Reuters

O líder da centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, escolheu Marini --um proeminente político católico, de 80 anos, ex-dirigente da central sindical moderada CISL-- por se tratar de um nome aceitável também para o bloco de centro-direita, do ex-premiê Silvio Berlusconi, e para o pequeno agrupamento centrista do premiê interino Mario Monti.

Mas a indicação enfureceu o principal rival de Bersani dentro do Partido Democrático (PD), Matteo Renzi, prefeito de Florença. Ele disse que votar em Marini seria um "desserviço ao país".

A eleição de um novo presidente para o lugar de Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 15 de maio, é crucial para a solução do impasse político no qual a Itália mergulhou depois da inconclusiva eleição parlamentar de fevereiro, em que nenhum partido formou maioria para governar.

Bersani repetidamente rejeita a formação de uma coalizão com Berlusconi, mas parece apostar numa barganha pela qual, fazendo uma concessão na eleição presidencial, convenceria a centro-direita a apoiar um governo de centro-esquerda com minoria parlamentar.

Renzi, de 38 anos, descreveu Marini como "um candidato do século passado", sem carisma nem presença internacional, e acrescentou que esse político só foi escolhido por ser aceitável a Berlusconi.

Até 90 dos 430 parlamentares do PD votaram contra Marini numa reunião partidária de quarta-feira à noite, o que significa que, mesmo com o apoio dos blocos de Berlusconi e Monti, não há certeza de que ele obteria a maioria de dois terços necessária para resolver a eleição nas três primeiras votações.

Na quarta-feira, o partido Movimento 5-Estrelas, liderado pelo ex-comediante Beppe Grillo, nomeou como seu candidato Stefano Rodota, um acadêmico de esquerda que é adversário de Berlusconi, mas em quem muitos da centro-esquerda estariam dispostos a votar.

Até pelos confusos padrões italianos, a situação é complicada. Há mais de 50 dias os principais partidos tentam sem sucesso formar uma coalizão. É possível que o país precise ir outra vez às urnas, mas Napolitano, em final de mandato, não tem mais poderes constitucionais para convocar uma nova eleição. Por isso a eleição presidencial é tão importante.

Participam da eleição todos os deputados e senadores, mais 58 delegados regionais. A partir do quarto escrutínio, basta maioria simples entre os 1.007 eleitores para um candidato se eleger. Não está claro se o nome de Marini seria mantido caso ele não obtenha a maioria qualificada antes disso. São realizados dois escrutínios por dia.

(Reportagem adicional de Naomi O'Leary)

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