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Europa

Documentos de Margaret Thatcher revelam divergências sobre Malvinas

Anotações pessoais da ex-primeira ministra mostram as diferenças dentro do partido conservador sobre como reagir ao ataque argentino em 82

21 mar 2013 - 22h04
(atualizado às 22h20)
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<p>Thatcher ao lado do ex-presidente americano Ronald Reagan em 1982</p>
Thatcher ao lado do ex-presidente americano Ronald Reagan em 1982
Foto: AP

Documentos particulares da ex-primeira ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, divulgados nesta quinta-feira revelam as divergências que surgiram no partido conservador britânico após a incursão argentina nas ilhas Malvinas em 1982. Uma série de notas preparadas por Thatcher durante os dias posteriores à ocupação mostra como os "tories", que em público mostraram uma imagem de unidade, discutiram entre eles qual era o melhor caminho a seguir.

O Arquivo Margaret Thatcher decidiu publicar hoje manuscritos e fichários que conserva sobre um ano-chave na carreira política da Dama de Ferro. Neles é possível perceber como o então jovem secretário de Estado, Ken Clarke, defendia "explodir alguns navios, mas nada mais", enquanto o deputado Peter Mills advertia que os constituintes não aceitariam respostas mornas: "querem sangue", disse.

Além de Clarke, outros cinco parlamentares conservadores advertiam à primeira-ministra nesse mesmo sentido e se mostravam partidários de "manter a calma". Uma nota similar descreve no dia seguinte a posição do "tory" Stephen Dorrel: "só daremos apoio à frota como uma tática de negociação. Se não negociam, deveríamos nos retirar". Em outra anotação da então primeira-ministra, se lê sobre o deputado Keith Stainton: "tem intenção de atacar o governo. Sua mulher tem grandes interesses nas Malvinas".

O conflito bélico pela soberania das Malvinas começou no dia 2 de abril de 1982, quando o então general Leopoldo Galtieri, presidente da Junta Militar argentina, ordenou a ocupação das ilhas, reivindicadas por Buenos Aires desde 1833. No dia seguinte, o Reino Unido começou a enviar seus militares ao arquipélago até reunir 27 mil soldados, que no dia 1º de maio iniciaram os combates. A guerra, que causou a morte de 649 militares argentinos, 255 britânicos e três ilhéus, terminou no dia 14 de junho de 1982 com a rendição argentina.

Os papéis de Thatcher refletem o "caos" no qual mergulhou o partido no governo britânico após a incursão argentina, segundo descreveu Chris Collins, historiador do Arquivo Margaret Thatcher. "Durante os primeiros dias do conflito houve uma grande confusão e dúvidas sobre como comportar-se, embora, certamente, o partido devia mostrar-se unido na medida do possível", apontou Collins.

O historiador britânico Charles Moore, biógrafo autorizado de Thatcher, assinalou que esses escritos privados são "um recurso fantástico para todos aqueles interessados em sua carreira como primeira-ministra e na história política recente do país".

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EFE   
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