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Europa

Debate sobre a proibição do véu integral se amplia na Espanha

30 jun 2010 - 13h55
(atualizado às 14h41)
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O debate sobre a proibição ou não do véu islâmico integral se amplia por toda a Espanha, principalmente na Catalunha (nordeste), onde se sucedem as intervenções municipais, com o governo socialista de José Luis Rodriguez Zapatero hesitando em se pronunciar.

O Parlamento regional da Catalunha, uma das duas regiões mais povoadas do país, vota nesta quarta-feira moção não vinculante, de dois deputados da direita que pressionam as autoridades regionais a proibir o véu integral (burca ou niqab) em todos os espaços públicos.

Este voto imprevisível sucede à aprovação semana pasada, pelo Senado espanhol, de moção similar da direita pedindo ao governo que proíba o véu integral nos espaços públicos.

Seus promotores consideram que a Espanha não pode continuar se protegendo atrás do "politicamente correto" e "manter-se à margem do debate europeu".

A Bélgica aprovou no final de abril a proibição do véu integral em todo espaço público e o debate se intensifica na França, onde um projeto semelhante será apresentado agora em julho, ao Parlamento.

Na Espanha, onde a comunidade muçulmana alcança 1,2 milhão de pessoas, algumas cidades catalãs tomaram a dianteira.

Nove municípios desta região que abriga importantes comunidades marroquinas e paquistanesas, proibiram nas últimas semanas o véu integral em espaços públicos, mas não nas ruas.

Barcelona anunciou semana passada decisão idêntica, tomada nesta quarta-feira pela cidade andaluza de Coin (sul).

Estas proibições foram decididas por iniciativas de diferentes partidos políticos.

O governo socialista vive situação embaraçosa, dividido entre a defesa da igualdade homem-mulher e o respeito das culturas que promove internacionalmente, através da iniciativa "Aliança das civilizações", apoiada pelas Nações Unidas.

A ministra da Igualdade, Bibiana Aído, disse segunda-feira em Cádiz (sul) que a Espanha poderá ter "mais normativas municipais do que as próprias burcas".

"A burca e todos os véus integrais não só representam um problema de identificação, atentando, também, contra a igualdade e a liberdade das mulheres. No entanto, é assunto tremendamente complexo, sobre o qual é preciso muita reflexão", advertiu Aído.

A poderosa Igreja Católica espanhola defende o véu integral em nome da Constituição, estipulando que as pessoas e instituições "têm o direito de manifestar suas crenças", dentro dos limites do respeito à ordem pública.

Já a Amnesty International defendeu a proibição, em nome da liberdade religiosa e de expressão.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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