Damas de Branco pedem reunião com o Papa em visita a Cuba
O grupo dissidente cubano Damas de Branco pediu ao papa Bento XVI que lhe conceda um breve encontro durante a visita que o pontífice realizará à ilha no fim de março. "Estamos pedindo a Sua Santidade que se reúna, nem que seja por um minuto, com as Damas de Branco, para explicar-lhe nossa situação e a dos presos políticos que não foram libertados", disse neste domingo a ativista Berta Soler, porta-voz do grupo, que defende a libertação dos presos políticos e o respeito aos direitos humanos em Cuba.
Berta explicou que, na quarta-feira passada, uma delegação das Damas foi recebida no Arcebispado de Havana pelo monsenhor Ramón Suárez Polcari, a quem pediram que transmitisse o pedido ao cardeal Jaime Ortega. A possibilidade de um encontro entre o Papa e a dissidência interna será "muito difícil", foi a resposta que Ortega antecipou, segundo disse Berta.
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Ela afirmou ainda que as Damas de Branco expuseram à Igreja Católica seu desejo de que o cardeal Ortega interceda novamente ante o governo cubano para pressionar pelo fim da repressão contra o grupo. "A situação repressiva está se agravando para que não continuemos com nosso ativismo", apontou a líder das Damas de Branco, grupo vencedor do Prêmio Sakharov de 2005, concedido pelo Parlamento Europeu em homenagem a ações de defesa dos direitos humanos.
O papa Bento XVI estará em Cuba entre os dias 26 e 28 de março e será o segundo pontífice a viajar à ilha após a histórica visita pastoral que seu antecessor, João Paulo II, fez em 1998.
