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Europa

Crescem as pressões e críticas a Merkel pelo acordo entre UE e Turquia

15 mai 2016 - 08h53
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A pressão sobre a chanceler alemã, Angela Merkel, pelo acordo assinado entre a UE e Turquia para a devolução de refugiados cresce na Alemanha, onde seus parceiros de governo advertiram neste domingo dos riscos de ficar nas mãos de Ancara e também de um eventual fracasso do pacto.

"Acredito que é perigoso depender assim de Ancara. Não se deve se envolver em ameaças", manifestou em declarações ao jornal "Welt am Sonntag" Horst Seehofer, líder da União Social-Cristã (CSU), a ala bávara da União Democrata-Cristã (CDU) que Merkel preside.

Para Seehofer, primeiro-ministro da Baviera, se as chegadas de solicitantes de asilo à Alemanha caírem de forma drástica é graças ao fechamento da rota dos Bálcãs, e não ao acordo com a Turquia, que foi assinado depois.

O líder conservador atribuiu à política de refugiados de Merkel o crescente apoio aos populistas de direitas de Alternativa para a Alemanha (AfD).

Por sua vez, o vice-presidente do Partido Social-Democrata (SPD), membro no governo de grande coalizão, Thorsten Schäfer-Gümbel, pediu a Merkel que não fique nas mãos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e a garanta que serão cumpridos os termos do acordo assinado.

Esse acordo inclui a isenção de vistos para os cidadãos turcos que viajam à UE, mas para isso a Turquia deve cumprir 72 requisitos e Erdogan já advertiu que não tem intenção de modificar a legislação antiterrorista, uma das condições.

Para os social-democratas, Merkel, como uma das principais defensoras desse acordo, é responsável por fazer com que funcione, mas sem tirar nenhuma de suas condições.

A chanceler defendeu na sexta-feira o pacto com a Turquia, embora evitou fazer referência ao polêmico assunto dos vistos.

Em defesa também do acordo, o ministro das Relações Exteriores, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, lembrou hoje em uma entrevista ao jornal "Tagesspiegel" a insustentável situação na Grécia com a chegada de dezenas de milhares de refugiados desde as costas turcas e destacou o compromisso de Ancara de melhorar as condições de amparo aos solicitantes de asilo.

Sobre a recusa turca a reformar sua lei antiterrorista, pediu "não que não seja subestimado o interesse de Ancara no acordo em geral e na liberalização dos vistos em particular".

"A Turquia sabe o que é preciso fazer", afirmou após lembrar que todas os pontos do pacto foram negociados.

Desde a assinatura do acordo, as relações germânico-turcas passaram por diversas tensões, a mais grave após o processo por injúrias interposto por Erdogan contra um conhecido humorista alemão.

EFE   
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