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Europa

Comentário do papa não tinha intenção de ofender o México, diz Vaticano

25 fev 2015 - 10h23
(atualizado às 10h29)
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Um comentário feito pelo papa Francisco, em que dizia esperar que sua terra natal, a Argentina, pudesse evitar a "mexicanização", não teve a intenção de ofender os mexicanos ou subestimar os esforços do governo desse país no combate ao tráfico de drogas, disse o Vaticano disse nesta quarta-feira.

Papa Francisco no Vaticano. 21/2/2015
Papa Francisco no Vaticano. 21/2/2015
Foto: Max Rossi / Reuters

O ministro das Relações Exteriores do México, José Antonio Meade, se queixou esta semana de que a observação, feita pelo papa em um e-mail enviado ao dirigente de um grupo argentino pró-direitos humanos, poderia estigmatizar o México, onde dezenas de milhares de pessoas morreram por causa da violência relacionada com a droga nos últimos anos.

O Vaticano assinalou em um comunicado ter informado o embaixador do México junto à Santa Sé de que o "papa não teve absolutamente nenhuma intenção de ofender os sentimentos do povo mexicano, a quem ama muito, nem ignorar o compromisso do governo mexicano de combate ao tráfico de drogas".

De acordo com um relatório feito no ano passado pelo Centro de Pesquisas Pew, uma instituição de consultoria e pesquisas com sede em Washington, mais de 80 por cento dos mexicanos são católicos.

"A expressão 'evitar a mexicanização’ foi usada pelo papa em um e-mail estritamente privado e informal, em resposta a um amigo argentino que está muito envolvido na luta contra as drogas e que havia usado essa frase”, disse ele.

No e-mail, publicado pelo grupo de direitos humanos argentino La Alameda, o papa aparentemente se refere ao risco de que o tipo de violência relacionada ao narcotráfico no México chegue à Argentina.

"Felizmente temos tempo de evitar a mexicanização. Estive conversando com alguns bispos mexicanos e é uma situação terrível", escreveu o papa, segundo o grupo La Alameda, em uma mensagem enviada pelo pontífice a seu dirigente, Gustavo Vera.

Mais de 100.000 pessoas foram mortas na violência dos cartéis de drogas no México desde 2007. Em setembro do ano passado, 43 alunos foram assassinados por policiais vinculados a uma quadrilha de traficantes, em um incidente que atraiu manchetes em todo o mundo e provocou um sério constrangimento para o governo mexicano.

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