Começa em Moscou julgamento de 12 opositores de Putin
Um julgamento de 12 opositores russos, que podem ser condenados a oito anos de trabalhos forçados por incidentes em uma manifestação na véspera da posse do presidente Vladimir Putin, começou nesta quinta-feira em Moscou.
Dez acusados, detidos há vários meses, estavam dentro de uma jaula de vidro blindado. Os outros dois, em liberdade condicional, estavam sentados em um banco do tribunal. O processo é considerado pela oposição um símbolo da repressão exercida contra os opositores de Putin.
O "caso Bolotnaia", nome da praça no centro de Moscou que foi cenário em 6 de maio de 2012 de uma manifestação contra o retorno ao poder de Putin para um terceiro mandato, envolve 30 pessoas no total.
Muitos réus são cidadãos comuns que não pertencem a nenhum movimento político. Alguns são acusados de terem jogado garrafas de plástico na polícia e outros pela destruição de banheiros públicos. Os incidentes não deixaram nenhuma pessoa gravemente ferida.
Dezenas de militantes da oposição protestaram diante do tribunal e pediram a libertação dos "prisioneiros".
Também nesta quinta-feira, o opositor russo e campeão de xadrez Garry Kasparov anunciou em Genebra que não retornará a Moscou por temer uma perseguição judicial por suas atividades políticas.
"Se retornar a Moscou, duvido seriamente que teria a possibilidade de sair do país. No momento, abro mão de retornar à Rússia", declarou Kasparov em um vídeo divulgado em seu site oficial. Kasparov, 50 anos, viajou a Genebra na quarta-feira para receber um prêmio pelo compromisso a favor dos direitos humanos.
Ex-campeão do mundo de xadrez, Kasparov foi um dos fundadores dos movimentos de oposição Outra Rússia e Solidariedade. Ele é considerado um dos principais opositores do presidente Vladimir Putin.